folha de s paulo
SÃO PAULO - A política de futuro menos incerto é a política econômica, governada pela tecnodireita há uma dúzia de anos e que assim deve permanecer neste e no próximo governo.
Os ricos poderosos incomodam-se pouco com a barafunda política de Lula. Se a vaca for mesmo para o brejo, não encontrará sapos barbudos, como encontraria com Lula, PT e suas bravatas até 2002. Os ricos poderosos não vêem, pois, risco de mudança que afete seus interesses. Não vêem risco de mudança essencial alguma. Não há por ora alternativas politicamente incômodas.
Decerto ricos poderosos preferem ver seus pares, intelectuais tecnocratas e agregados, a Lula da Silva. Trata-se quase de mera questão de gosto. Portanto, em vez de transtorno radical, interessa mais a fervura branda do petismo-lulismo. Se o presidente tiver juízo, deverá conter o chavismo de fancaria que a cúpula do PT ameaça armar com seus aparelhos e aliados, CUT, MST, UNE. Mas a crise vai custar caro para os comuns, nós.
Na economia, porque a política econômica foi, sob Lula, de uma vez por todas, subtraída do governo, com seus méritos (reformas microeconômicas e algum controle fiscal) e horrores (juros e meta de inflação lunáticos). Dada a miséria moral e política do petismo, mais e mais a economia será "blindada". O bancocentralismo dominará, o que vai custar mais pão e suor ao povaréu.
O custo político pode advir de um segundo governo Lula sem base no Congresso. Petistas serão arrastados na lama daqui a 2006: considerem a quantidade de material vexaminoso que o PT já deu de bandeja para os vídeos eleitorais da oposição. A bancada do PT tende a ser menor. Parte dos partidos satélites estará revoltada com o Lula, a não ser que o governo refaça a partilha do cafofo.
A alternativa, ora tucana, não passou ainda a limpo os vexames da era FHC. Seu melhor candidato, José Serra, tem a ficha tão limpa que seu currículo na prefeitura está em branco. A crise vai bem além do mensalão.
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Monday, June 20, 2005
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