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Friday, June 10, 2005

Baú de ossos: As fitas e os homens do presidente


Ana Maria Pacheco Lopes de Almeida (10/06/05 13:41)

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Em sua nota de ontem, intitulada O culpado é Lula, Antonio Fernandes diz que Lula "sempre teve seu próprio esquema, sua própria entourage, seu próprio destacamento de sindicalistas e ex-sindicalistas, hoje estrategicamente colocados em cargos-chave estatais e para-estatais, por acaso nos lugares onde existe grana, nos fundos de pensão, no Sistema 'S', nas estatais e nos conselhos de empresas."

Fernandes está certo. Na reportagem de capa de 29 de outubro de 2003, intitulada "Paz, amor e guerra", a revista Veja revela: "Há um ano, Lula venceu a eleição com um estilo "paz e amor", mas, nos bastidores, uma equipe do PT trabalhou noite e dia desencavando denúncias e dossiês e promovendo blefes e negociações sigilosas para enfraquecer seus adversários. Com seu QG em São Paulo, a soldadesca de Lula atuou em sigilo durante quase um ano e, numa das operações mais ousadas, acessou até um cofre do BB."

Quem são os homens do presidente, segundo a Veja:
1. CARLOS ALBERTO GRANA - O logístico
2. OSVALDO BARGAS - O elo
3. JOÃO PIZA - O coordenador
4. WAGNER CINCHETTO - O operador
5. RICARDO BERZOINI - O político

No momento em que a grande pergunta que se faz em Brasília é se Roberto Jefferson gravou ou não suas conversas com parlamentares e ministros do governo Lula, vale destacar um trecho da extensa matéria da Veja, que conta como Lula e o PT se livraram das fitas do caso Santo André.
A tarefa de manter os grampos na toca exigiu mais artimanha. Gilberto Carvalho, ex-secretário da prefeitura de Santo André e um dos grampeados, foi convocado para avaliar o caso. Disse que, se divulgado, o conteúdo dos telefonemas poderia gerar constrangimento, mas não escândalo. "Pode ser que existam coisas complicadas, mas são coisas de política. Não tem nada de corrupção", garantiu. Ainda assim, não convinha a divulgação. O bunker, então, preparou a estratégia: retirar as fitas das mãos da Polícia Federal e dos promotores paulistas, identificados como excessivamente "tucanos". Como fazer? Apelou-se ao procurador Luiz Francisco de Souza, usina de denúncias contra tucanos em Brasília. Sabendo que o grampo fora ilegalmente instalado pela polícia, Luiz Francisco acionou a controladoria de atividades policiais do Ministério Público, que intervém nos casos em que há abuso policial. Deu certo. A controladoria acionou a Justiça paulista, que, diante das evidências da ilegalidade da escuta, mandou apreender as quarenta fitas. "Tudo o que fiz foi falar com um procurador do grupo de controle que aquilo parecia armação", explica Luiz Francisco.

Foi o juiz João Carlos da Rocha Mattos, da 12ª Vara Federal na época e hoje preso por ter liderado uma quadrilha que vendia sentenças judiciais, quem ordenou a destruição das quarenta fitas que registravam o caso de Santo André.


Paz, amor e guerra
Veja (29/10/03)

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