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DÚVIDA NA ECONOMIA
FOLHA DE S PAULO EDITORIAL
Em paralelo ao agravamento da crise política, a economia brasileira atravessa um momento delicado, marcado por um aumento das incertezas. As apreensões, desta vez, não advêm de um risco mais acentuado de movimentos especulativos. Em rigor, graças à melhora substancial das contas externas lograda desde 2003, a economia vai se revelando capaz de absorver turbulências sem sobressaltos mais pronunciados. Constitui exemplo disso a moderação do movimento de alta com que a cotação do dólar reagiu ao agravamento da crise política.
A insegurança que parece ganhar vulto diz respeito às perspectivas da atividade econômica. Apesar de ter completado em março último seu oitavo trimestre consecutivo de expansão, a atividade produtiva revelou incômoda perda de fôlego no primeiro trimestre. Ninguém prenuncia, para o restante do ano, uma inflexão abrupta da demanda, capaz de dar início a uma recessão.
Diminuiu, porém, a aposta na sustentação de um ritmo razoável de crescimento. Foram revistas p...
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Resumo sarcástico da crise
BLOG DO NOBLAT (por José, um leitor do blog)
Caso eu tenha entendido, este é o resumo da ópera (até aqui): FHC e Serra perderam. O PT do Lula (sob a bandeira da ética e da moralidade, e apesar da ululante incompetência), foi eleito para mudar (apesar do caso Celso Daniel e etc...).
Aí Waldomiro e Dirceu foram pegos e viraram Delúbio e Aldo Rebello. Uma empresa então perdeu concorrência de U$60 milhões nos Correios e gravou em fita o suborno a um funcionário de lá ligado a Roberto Jefferson.
A empresa tentou reverter o resultado da concorrência chantageando Jefferson com a gravação. Ele blefou, pagou para ver e perdeu: a fita existia e foi divulgada pela Veja.
A oposição bradou por uma CPI. Para se vingar da perda de poder, de prestígio e do caso "Waldomiro", Zé Dirceu publicou na imprensa: "Uma CPI minimamente bem-feita vai pegar o Delúbio e o Silvinho."
Lula engoliu tudo e com medo (apesar de dizer "Olha se eu tô preocupado.."), depois de ter assinado um cheque em branco e antes de mais uma ...
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A POLÍTICA COMO NEGÓCIO FOLHA DE S PAULO EDITORIAL
Colhido de surpresa pela entrevista do presidente do PTB, Roberto Jefferson, publicada na segunda-feira por esta Folha, o governo petista, no momento em que via crescer as chances de barrar a CPI dos Correios na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ), foi obrigado a recuar e mudar de tática. Aqueles que vinham considerando a investigação parlamentar desnecessária passaram a apoiá-la. Houve também os que aventaram a hipótese de criar uma nova comissão para investigar a compra de votos -que poderia se estender a fatos ocorridos na gestão anterior.
Acuado e procurando, com atraso, evitar que se consolide a idéia de que há conivência do governo com operações nebulosas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva demitiu as diretorias dos Correios e do Instituto de Resseguros do Brasil e, em discurso no 4º Fórum Global de Combate à Corrupção, assegurou que não irá "acobertar ninguém". "Cortaremos na própria carne", prometeu o primeiro mandatário, que mencionou a necessidade de uma reforma política no país...
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CLÓVIS ROSSI :Os bisonhos
FOLHA DE S PAULO
SÃO PAULO - A oposição ao governo Lula bem que poderia tirar férias. Afinal, são os próprios governistas que se enterram com argumentos bisonhos e patéticos.
Caso, por exemplo, de José Genoino, presidente nacional do PT, que, na manhã de anteontem, lançou nota oficial para dizer que "o relacionamento do PT com todos os partidos da base do governo, inclusive o PTB, se assenta em pressupostos políticos e programáticos".
Pressupostos programáticos? Pelo amor de Deus, nem a velhinha de Taubaté acredita, Genoino. A menos que o "pressuposto programático" seja armar esquemas nos Correios.
Aí, vem o ministro Aldo Rebelo e diz que não houve acusação contra o governo, mas contra um partido (no caso o PT). Como é que pode alguém com um mínimo de responsabilidade aparecer na televisão para dizer uma batatada desse tamanho?
Primeiro, não dá, nesse caso, para distinguir governo e partido. Lula é do PT, a maioria dos ministros é do PT, logo, qualquer denúncia que envolva o partido envolve automati...
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JANIO DE FREITAS:A causa do medo
FOLHA DE S PAULO
Sem emitir ainda uma só palavra, um personagem está posto, pelo medo que impõe, no centro da crise: o gravador clandestino. A expectativa de sua entrada ativa na cena é que está determinando as condutas dos já citados e dos passíveis de inclusão em revelações de improbidade e de suborno.
Quando um governo, diante de situação problemática, precisa de longas reuniões para discutir e planejar sua resposta, não há dúvida: foi atingido em ponto de defesa difícil ou impossível. As várias e demoradas reuniões na Presidência da República demonstraram, antes mesmo de enfim sair uma palavra oficial, que não poderiam ser simplesmente negadas as afirmações do deputado Roberto Jefferson, apesar de não conterem nem sequer indício de comprovação.
A probabilidade de gravações, que depressa inundou as especulações políticas, condicionou o sentido e a tibieza do pronunciamento emitido pela Presidência: a admissão sussurrante de que Roberto Jefferson "comentou" com Lula os pagamentos ilegais a parlamentar...
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FERNANDO RODRIGUES:Inépcia e informalidade
FOLHA DE S.PAULO
BRASÍLIA - São para lá de insuficientes as respostas dadas pelo governo até agora para as acusações feitas por Roberto Jefferson sobre a existência de um "mensalão" pago pelo PT a deputados no Congresso.
O Palácio do Planalto quer nos fazer acreditar que a administração Lula vive num misto de inépcia e informalidade, porém honesta. Nada menos do que seis ministros de Estado foram, segundo Jefferson, alertados da ação criminosa. O presidente da República teria sido informado, como o próprio admite. Um governador de Estado também veio a público para dizer que fez a mesma observação sobre o "mensalão".
E qual foi a resposta do governo? Pediu a um de seus líderes no Congresso que verificasse o caso. Concluiu que nada havia a ser apurado. A Câmara (onde se daria a corrupção) encerrou formalmente o caso em 24 horas após a suspeita ter sido negada no ano anterior.
É mais ou menos assim: o Planalto perguntou ao suposto criminoso se ele cometeu um crime e, como ele disse que não, ficou satisf...
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Lucia Hippolito: Lula disse bem
"Ao discursar no Fórum Mundial de Combate à Corrupção, na noite de ontem, Lula finalmente desceu do palanque. Por alguns momentos, deixou de ser o líder sindical, não fez gracinhas, não empregou metáforas, não fez gafes.
Fez um discurso de presidente da República. Pegou o touro à unha, tomou a frente do combate à corrupção e comprometeu-se até o pescoço com a apuração de responsabilidades e punição dos culpados, nesta onda de corrupção e roubalheira que, às vezes, parece que vai atingir o país todo.
Mais uma vez Lula mostrou por que é o melhor comunicador de seu próprio governo. Não gaguejou nem um minuto, não tremeu um segundo. Chamou a si toda a responsabilidade pela condução das investigações.
Afinal, como o próprio Lula fez questão de enfatizar, ele é o funcionário público número 1 do país, aquele encarregado de zelar pelo cumprimento da lei, pelo respeito ao dinheiro do povo, pela ética nos negócios públicos e na política.
Mais ainda, Lula foi veemente ao afirmar que não esqueceu seus compromisso...
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Miriam Leitão:Produção zero
O GLOBO
A produção industrial em abril cresceu tanto quanto 0%. O crescimento está murchando e a crise política piora o quadro econômico. O economista José Roberto Mendonça de Barros reduziu sua previsão de crescimento em 2005 para 2,8%. No começo do ano, ele previa 3,7%. Outras consultorias e analistas estão fazendo previsões abaixo de 3%.
José Roberto pertence mais ao mundo das coisas do que dos ativos financeiros. Circula muito, fala com muitas empresas e sabe o que se passa na agricultura. Diz que os quatro Agrishows deste ano — Ribeirão Preto, Rondonópolis, Rio Verde e Luiz Eduardo Magalhães — venderam menos da metade do que no ano passado. Uma grande indústria de implementos agrícolas inaugurou uma fábrica nova há poucos meses e até agora não tem encomendas.
Alguns problemas estão se misturando para traçar um quadro de declínio econômico. Um deles não é culpa de ninguém: a severa seca que se abateu sobre o Sul do país, principalmente Rio Grande, destruindo 18 milhões de toneladas de grãos e ...
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Merval Pereira:Lula vai à luta
O GLOBO
O governo se mantinha ontem em uma inútil defensiva nessa crise política que ameaça paralisá-lo a um ano e meio da campanha sucessória até que, à noite, o presidente Lula aproveitou a inauguração do Fórum Global sobre a Corrupção para pôr "os pingos nos is", garantindo que serão punidos todos os culpados, sejam eles quem forem. Pela primeira vez definiu o episódio como abrangendo o Executivo e o Legislativo, colocando por terra a tese ridícula de que os partidos políticos, e não o governo, estavam sendo acusados. E deu a dimensão maior da questão, falando sobre a necessidade de reformar o Estado, a começar por uma reforma política profunda.
Aceitar a demissão das diretorias dos Correios e do IRB é uma atitude fraca e atrasada, pois deveria ter acontecido assim que as denúncias de corrupção começaram a surgir. Tentar ainda limitar a CPI dos Correios, depois que ela se mostrou indispensável, para que não sejam abordados casos em outras estatais, é mais uma demonstração de temor da investigação am...
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Bola da vez por Sebastião Néry
Tribuna da imprensa
O mais grave é que não há sinal ou segurança de que a crise, que paralisou o Congresso e o governo, pare por aí. Em Brasília, espera-se, a qualquer hora, em uma das revistas semanais, mais uma trovejante explosão.
Nos gabinetes do governo, ministérios, Congresso, estatais, sabe-se que a bola da vez é um fantasma que deveras existe, o Veras, Zuleido Soares de Veras, lorde paraibano, baiano de formação e cosmpolita por opção. Discreto, elegante, com indecifrável e permanente sorriso de Monalisa encoberto por um vasto bigodão mexicano, é um Zapata que trocou o fuzil pela mala preta.
Desfila, impávido colosso econômico, pelos corredores do poder, restaurantes famosos, hotéis cinco estrelas, jatinhos e jatões. No Planalto, no Alvorada, no Torto, está sempre em todo lugar. Dono da "Gautama" e da "Mandala", as duas empreiteiras que mais faturam no Brasil do PT, já foi o grande artífice do crescimento da OAS, que separou Antonio Carlos do genro.
No Maranhão de Jorge Murad, el...
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A democracia ameaçada por Ricardo A. Setti - no mínimo
07.06.2005 | Para o bem ou para o mal, o governo Lula e o Congresso não serão mais os mesmos após a entrevista do deputado Roberto Jefferson (RJ), presidente do PTB, à "Folha de S. Paulo", denunciando o suposto pagamento de uma polpuda mesada de 30 mil reais, pelo PT, a deputados do PP e do PL para que apoiassem o governo na Câmara e no Senado.
O governo Lula, porque está na encruzilhada da sua própria sobrevivência: se, como diz Jefferson, o presidente soube de tudo em janeiro, "meteu o pé no breque" mas não tomou nenhuma providência para colocar gente na cadeia, incorreu na hipótese de impeachment – nada mais, nada menos. O Congresso, porque, se não investigar uma suspeita que paira sobre várias dezenas de seus membros, desaba no precipício da desmoralização e causa a maior ameaça à democracia brasileira desde que deixamos os grilhões da ditadura, 20 anos atrás.
Mobilizar o Congresso, a PF, o MP
Vários caminhos se abrem diante do presidente mas, começando pelo começo, ele precisaria ter desmentid...
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Doze coisas importantes sobre a crise do governo por Antonio Fernandes
e-agora
1 – A situação do governo é gravíssima.
Há uma crise no governo. Ela não se deve a uma polarização da luta política situação x oposição. Pelo contrário, o governo se atrapalhou sozinho. Isso é o mais grave, porquanto não há o que fazer para salvá-lo. Foi sua natureza e seu modo de se comportar que o levou à situação de crise em que vive hoje.
A situação é gravíssima, em primeiro lugar, porquanto o patrimônio distintivo de credibilidade de Lula e do PT está sendo corroído rapidamente e não há tempo hábil para ser reconstruído, sobretudo se as denúncias se sucederem, como, tudo indica, pode ocorrer.
A situação é gravíssima, em segundo lugar, porquanto o governo não tem explicações verossímeis nem alternativas consistentes. Ninguém, nem mesmo a mais cândida e ingênua freirinha de orfanato, acreditará que Delúbio agia em causa própria e com dinheiro próprio (por que ele faria isso?). Ninguém acreditará que Lula e o núcleo duro do governo não sabiam das denúncias de Bob Jefferson (corrobora...
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Arnaldo Jabor :Onde está a verdade e onde está a mentira?
Amentira virou verdade? Diante dos vídeos e telefonemas gravados os acusados batem no peito e berram: "É mentira!". Parecem existir dois brasis: um Brasil roído por ratos políticos e um outro Brasil povoado de anjos e "puros". E o fascinante é que são os mesmos homens. O povo está diante de um milenar problema fisiológico (ups!) — isto é, filosófico: o que é a verdade? O que é a mentira? A verdade são os crimes evidentes que a PF descobre ou os desmentidos dos que os cometeram? No Brasil, acaba sendo o discurso do poder vigente. A anomalia do Judiciário protege a "verdade/mentira" (no Brasil formam uma unidade dialética), com o lema de que "o réu é inocente até que se prove o contrário". Tudo bem, só que aqui nada prova nada nunca: nem o cheque assinado na Suíça, nem a conta nas Ilhas Jersey ou a evidência do roubo no TRT paulista (lembram?).
Nossas "verdades" institucionais foram construídas por 500 anos de mentiras. Portanto, virou uma razão de Estado a proteção à mentira brasileira inventada pela secu...
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JANIO DE FREITAS:Os picaretas de Lula FOLHA DE S PAULO
De um dia inteiro de incontáveis considerações sobre um tema único, duas sobressaem por frases tão ligeiras quanto incisivas.
Uma, do deputado Miro Teixeira, a meio da sua confirmação de que, ainda ministro do governo Lula, ouviu do deputado Roberto Jefferson a existência do suborno mensal a parlamentares: Jefferson "não falou tudo ainda". Logo, não só também Miro Teixeira sabe de mais do que foi tornado público, como leva a concluir que não bastará a contestação ou confirmação do suborno e das outras revelações presentes na entrevista de Jefferson. É necessária investigação que vá além, porque já se sabe que há esse além, o não falado ainda.
O outro trecho realçado é uma das frases no comentário do governador Marconi Perillo, de Goiás: (...) "mais ou menos em fevereiro, também avisei ao presidente", sobre pagamentos a parlamentares. Da parte da Presidência já não se trataria, portanto, apenas do fácil desmentido a Roberto Jefferson.
Se integrarmos as duas afirmações, basta anexar uma contradição de Rob...
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Cuidado com esse tipo de gente por Ricardo Noblat
Cuidado com esse tipo de gente
Conselho aos jovens: não se metam com sobreviventes.
Eles já foram testados muitas vezes e sobreviveram.
Isso não significa que se tornaram imortais. Significa que dominam a arte da sobrevivência e que não é fácil matá-los.
O deputado Roberto Jefferson é um sobrevivente.
Sobreviveu à gordura que lhe ameaçava a saúde. E sobreviveu a muitos governos, sabendo permanecer à sombra deles quando lhe era conveniente, e sabendo se afastar deles quando julgava necessário.
Foi líder da tropa de choque de Collor. Há algumas semanas, recebeu um cheque em branco passado por Lula.
É improvável que tenha saltado sem para-quedas ao dizer à Folha de São Paulo tudo o que disse.
De resto, é advogado experiente e jogador de pôquer.
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Berzoini festeja criação de vagas. E é comparado a Goebbels O Estado de S. Paulo
Ministro diz que há 92 mil novos postos de trabalho por mês; PSDB não acredita
Jamil Chade Correspondente GENEBRA
7/6/2005
O discurso do ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, na conferência anual da Organização Internacional do Trabalho (OIT), causou polêmica. O presidente do PSDB, senador Eduardo Azeredo (MG), acusou Berzoini de estar usando o "modelo Goebbels" para tentar manipular os números da criação do emprego no País durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Joseph Goebbels foi ministro da Propaganda do regime Nazista e ficou conhecido por sua tática de repetir uma informação mentirosa até que todos acreditassem que era verdade.
Berzoini afirmou em seu discurso que, no governo Lula, estão sendo criados 92 mil postos de trabalho por mês no País. Segundo o ministro, até mesmo o presidente Lula ficou surpreendido quando lhe foi apresentado esses dados.
"Esses números não existem", afirma Azeredo, que faz parte da delegação brasileira na conferência da OIT com quatro deputados, outr...
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"Mensalão" agrava crise EDITORIAL O Estado de S. Paulo
O PT corre o sério risco de se arrepender da sua nota de ontem, segundo a qual "não têm o mínimo fundamento na realidade" as acusações do deputado Roberto Jefferson, em entrevista à Folha de S.
Paulo, de que o tesoureiro petista, Delúbio Soares, pagava mesadas de R$ 30 mil aos parlamentares do PL e do PP.
Por menor que seja a credibilidade do presidente do PTB – acusado de ser o mentor do esquema de corrupção nos Correios e de exigir de um presidente do Instituto de Resseguros do Brasil (IRB) mesada de R$ 400 mil –, ainda é maior do que a do partido do governo.
Nenhum brasileiro minimamente informado acreditará que "o relacionamento do PT com todos os partidos da base de sustentação do governo, inclusive o PTB", como diz a nota, "se assenta em pressupostos políticos e programáticos".
Não há qualquer resquício de dúvida sobre os meios a que os operadores recorreram com o maior descaramento para "garantir a governabilidade do País e implementar o programa de governo pelo qual o presidente Lula foi ...
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Dora Kramer - Os afogados se abraçam -O Estado de S. Paulo
7/6/2005
Legislativo não pode ignorar que está junto com o Executivo no banco dos réus A denúncia do deputado Roberto Jefferson sobre a existência de um sistema de pagamento mensal a parlamentares de partidos aliados ao governo pode ser verdadeira ou falsa; só não pode ser ignorada como parece pretender o PT pelo teor da nota oficial que divulgou sobre o assunto.
As declarações do presidente do PTB põem em destaque uma questão crucial: as relações entre os Poderes Legislativo e Executivo, já qualificadas de "promíscuas" anos atrás pelo então - hoje falecido - homem forte do governo Fernando Henrique Cardoso, ministro Sérgio Motta.
É este o assunto em jogo, é isto que ontem as partes envolvidas relegaram a um plano secundário. O governo continuou a se fingir de surdo, invocando repetidamente as ações da Polícia Federal como "prova" da intolerância com a corrupção e recusando-se a abordar objetivamente o tema em pauta.
O Congresso fez de conta que não era com ele e a oposição permaneceu centrando ...
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CHARGE DA FOLHA DE S PAULO
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O "MENSALÃO" FOLHA DE S PAULO EDITORIAL
São estarrecedoras as declarações do presidente do PTB, Roberto Jefferson, em entrevista publicada ontem por esta Folha. O homem a quem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que daria um cheque em branco veio a público para aprofundar e ampliar as proporções da crise política, acusando o PT de prover uma mesada de R$ 30 mil a políticos do PP e do PL, a título de assegurar apoio no Legislativo.
De acordo com Jefferson, o "mensalão", como ele se referiu à compra de parlamentares, era distribuído pelo tesoureiro do PT, Delúbio Soares, nome que tem rondado com inquietante assiduidade o noticiário de casos nebulosos na seara petista. A prática teria vigorado até o começo deste ano, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva -sempre na versão do entrevistado- veio a tomar conhecimento do caso por intermédio do petebista.
Jefferson, que se encontra no centro do escândalo de corrupção nos Correios e no Instituto de Resseguros do Brasil (IRB), explicou a lógica do "mensalão" afirmando que é "mais barato ...
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Lucia Hippolito:E o que Lula tem a dizer?
"Não existe um momento ideal para surgirem denúncias como essas feitas pelo deputado Roberto Jefferson à Folha de S. Paulo.
Se existisse, certamente não seria o momento atual. A popularidade do presidente Lula está em queda desde fevereiro, as pesquisas revelam que a população tem a percepção de que a corrupção aumentou no governo Lula, o ritmo da economia diminuiu, o investimento recuou, a renda dos brasileiros caiu.
Além disso, as pesquisas mostram que a corrupção é considerada o mais grave problema brasileiro, e mais de 80% defendem uma CPI para investigar as denúncias de corrupção nos Correios.
Pois agora as coisas pioraram ainda mais. O próprio presidente nacional do PTB, deputado Roberto Jefferson, faz denúncias com nome e endereço. Acusa o tesoureiro do PT, Delúbio Soares, de pagar uma mesada a parlamentares de vários partidos, principalmente o PL e o PP, para que votem com o governo.
É uma acusação gravíssima, e que deve ser apurada até o fim, porque os 513 deputados federais e os 81 senadores...
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Miriam Leitão: Fronteira da crise O GLOBO
Até hoje, havia uma fronteira entre política e economia. A crise política paralisou o Congresso, fez o governo perder todos os postos na mesa da Câmara dos Deputados, fragmentou a base e exibiu múltiplas fraturas. Nada disso era levado em consideração nas análises otimistas da economia. Os olhos dos empresários e analistas estavam nos animadores números da área externa e nos da recuperação interna. Agora mudou. A economia passou a ver a crise política como fator complicador.
Há uma pergunta-chave. Ela foi feita ontem pelos estrangeiros nos contatos com os escritórios no Brasil ou com os consultores: "Vai atingir o Palocci?" O mercado local ficou preocupado e isso se refletiu nos preços de todos os ativos. Mas lá fora há uma abundância de liquidez, e os estrangeiros têm pouca capacidade de avaliar até que ponto um evento pode ser o estopim de uma grande crise. Por isso, essa pergunta era feita com freqüência nas ligações internacionais.
A economia até agora só tinha problemas econômicos e um deles co...
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Miro afirma que ministro participou de esquema - FERNANDO RODRIGUES FOLHA DE S PAULO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O deputado federal Miro Teixeira (PT-RJ) confirma os relatos feitos por Roberto Jefferson (PTB-RJ) sobre o pagamento de mesadas a deputados federais, mas afirma que o petebista foi mais generoso nas descrições quando esteve em sua sala, no final de 2003.
"O relato do Roberto Jefferson foi mais amplo. Não posso relatar em detalhes, pois não tenho elementos de prova. Mas ele descreveu uma cena de corrupção em um ambiente ministerial a que ele assistiu", afirma Miro.
Segundo Miro diz ter ouvido de Jefferson, na "cena de corrupção" estavam presentes "o ministro, representantes de três partidos e um diretor de departamento".
Esse relato de Jefferson a Miro ocorreu quando o hoje deputado pelo PT ainda era ministro das Comunicações e filiado ao PDT. Já era público que Miro estava de saída de seu partido.
Já de volta à Câmara, no início de 2004, Miro procurou Jefferson. Sugeriu que ambos discursassem sobre as suspeitas de corrupção da tribuna da Casa. "Aí transformaremos o Lula n...
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Lula admite que sabia de denúncia; CPI ganha força FOLHA DE S PAULO
A crise em que está enredado o governo Luiz Inácio Lula da Silva chegou ontem ao seu momento mais agudo, provocado pelo impacto da entrevista que o presidente do PTB, deputado Roberto Jefferson (RJ), concedeu à Folha. Pela primeira vez, desde que surgiram suspeitas de corrupção em estatais e de tráfico de influência envolvendo parlamentares da base governista, o noticiário político chacoalhou a economia: a Bolsa caiu e o dólar subiu.
Já ao final do dia, depois de reunião no Planalto entre alguns ministros do chamado núcleo político do governo e o presidente, Aldo Rebelo (PC do B), da Coordenação Política, veio a público para divulgar a versão oficial sobre o caso. Procurou preservar o governo e a figura de Lula das denúncias de Jefferson, segundo as quais o tesoureiro do PT, Delúbio Soares, alimentava parlamentares do PL e do PP com uma mesada de R$ 30 mil -batizada de "mensalão".
Aldo confirmou que o presidente encontrou-se com Jefferson em março. Admitiu também que Lula tomou conhecimento da denúncia do...
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Estratégia de defesa foi discutida no AeroLula KENNEDY ALENCAR-FOLHA DE S PAULO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
"Nunca dei dinheiro e nunca pedi a ninguém para dar dinheiro em meu nome", disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em reunião ontem à tarde no Palácio do Planalto. Lula discutia com auxiliares a reação do governo à entrevista à Folha em que o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) afirmou que o tesoureiro do PT, Delúbio Soares, pagava mesadas a deputados do PL e do PP em troca de apoio ao governo.
Alternando momentos de tranqüilidade e ira, quando elevava a voz, soltava palavrões e dizia estar de "saco cheio" de acusações de corrupção contra seu governo, Lula afirmou: "Quem tiver feito algo errado, que pague. Não vou mentir. Não vou dizer nada que me comprometa depois".
Ao líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), Lula disse que, se os líderes dos partidos aliados quiserem fazer "CPI do mensalão, do mensalinho", ele dará apoio. Criar tal CPI, porém, será pouco provável se depender dos partidos aliados.
Em vôo ao meio-dia de São Paulo a Brasília, a reação ofic...
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VALDO CRUZ :Contaminou FOLHA DE S PAULO
BRASÍLIA - A bomba lançada no colo do governo Lula pelo deputado Roberto Jefferson tem um altíssimo grau de destruição. A ordem dos petistas era tentar desarmá-la ou, pelo menos, reduzir o seu efeito.
Não será tarefa fácil. Talvez uma missão quase impossível. Afinal, na picada aberta por Jefferson na entrevista a Renata Lo Prete seguiram outras autoridades, reforçando a história da mesada que seria dada pelo PT a deputados aliados.
Confirmada a denúncia relatada pelo presidente do PTB, fica, de saída, uma pergunta no ar: o tesoureiro do PT, Delúbio Soares, agia por conta própria, por ordem do partido ou seguia determinações do governo?
Outra perguntinha: de onde viria o dinheiro da mesada? Em sua estratégia de ataque, Jefferson não deixa claro esses pontos. Diz que o tesoureiro petista negociava as mesadas a deputados do PP e do PL.
Tudo indica, porém, que o deputado omite essas informações como munição para futuras investidas. Afinal, qual a serventia de comprar deputados com mesadas de R$ 30 mil? Po...
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CLÓVIS ROSSI :Cheques, ônus e bônus FOLHA DE S PAULO
SÃO PAULO - O ponto-chave nessa história do "mensalão" denunciado pelo deputado Roberto Jefferson a Renata Lo Prete, desta Folha, é o seguinte: o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sabia do esquema? E, se sabia, o que fez?
Se sabia e nada fez, cometeu crime de responsabilidade, o que pode dar até em impeachment. Que o presidente sabia, o próprio Planalto admite. O problema é que há duas versões para a segunda pergunta. Jefferson diz que Lula chorou e o esquema cessou. Mas não houve apuração.
Já o Palácio do Planalto diz que o presidente passou a bola para Aldo Rebelo, que a repassou para Arlindo Chinaglia, o líder na Câmara, que chegou à conclusão de que era denúncia velha, surgida em setembro, pelo deputado Miro Teixeira, que teria se desmentido depois.
Parece claro que a cúpula do governo/PT foi, para ser bem brando, descuidada na apuração de uma denúncia da maior gravidade. Mas não há elementos para afirmar que Lula nada fez. De todo modo, se ele acreditasse na frase que lhe atribuem -segundo a qua...
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Sair da defensiva O GLOBO OPINIÃO
Os efeitos da crise política deflagrada por denúncias da existência de um balcão de negócios instalado pelo PTB nos Correios já foram detectados nas últimas pesquisas eleitorais, como na do DataFolha. E não só pelo fato de ter sido apontada pela primeira vez a possibilidade de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter de disputar o segundo turno nas eleições do ano que vem, mas muito por causa do avassalador crescimento do contingente de eleitores convencidos de que há corrupção no governo do PT — de 32% em março do ano passado para 65% agora.
Pode-se calcular o que deve acontecer depois da denúncia feita pelo presidente do PTB, deputado Roberto Jefferson — talvez o principal atingido pelo escândalo dos Correios, engrossado pelo caso do IRB, e que resolveu contra-atacar numa espécie de operação kamikaze. A afirmação de Jefferson à "Folha de S.Paulo", de que há deputados da base aliada cujo apoio foi comprado por mesadas pagas pelo tesoureiro do PT, Delúbio Soares, não afasta qualquer das suspeitas que ...
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Tereza Cruvinel: No colo de Lula O GLOBO
Para sair do cativeiro político e moral em que foi posto pelo deputado Roberto Jefferson, o governo só tem uma saída: apoiar a instalação de uma CPI que investigue a denúncia de que o PT pagava mesada a deputados em troca de voto. O presidente Lula inclinava-se ontem nesta direção, mas desde que a iniciativa partisse dos líderes da coalizão. Partindo do governo, significaria uma agressão aos aliados. Ainda assim, tal disposição poderia ter sido explicitada ontem. E não foi.
Já a confirmação de que ouviu Jefferson mencionar a existência dos tais pagamentos em dinheiro a aliados, Lula não teve dúvidas, desde a madrugada de ontem, de que teria de ser feita. A outra opção seria mentir. Embora Jefferson, segundo alguns da reunião em que fez a advertência, tenha dito inverdades em sua entrevista à "Folha de São Paulo". Nem Lula chorou nem disse que mandaria sustar os pagamentos. O líder Arlindo Chinaglia e os ministros Aldo Rebelo e Walfrido Mares Guia confirmam que, ao final da reunião com o PTB, em março, J...
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Luiz Garcia: O homem que deduziu O GLOBO
Leonard Garment foi músico de jazz na juventude, quando chegou a tocar com Billie Holiday e Woody Herman. Mas só ficou razoavelmente conhecido em seus anos na Casa Branca, como consultor jurídico dos governos Nixon e Ford.
O escândalo de Watergate não lhe jogou lama nas botinas, mas Garment acabou sendo uma de suas vítimas. Com atraso: seu passo em falso foi dado há cinco anos, quando contou em livro sua exaustiva busca da verdadeira identidade de Deep Throat. Ele examina as possibilidades de dezenas de potenciais informantes dos repórteres, e a certa altura parece quase convencido de que o homem era Mark Felt. Um agente veterano do FBI, convencido de que Richard Nixon planejava controlar e desmoralizar a agência, ele teria bons motivos para ajudar o "Washington Post" a derrubá-lo.
Um dado de seu raciocínio era saboroso: o primeiro pseudônimo do informante de Woodward era "My Friend" — mesmas iniciais de Mark. E o repórter era conhecido por gostar de anagramas e outras brincadeiras com palavras. ...
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Merval Pereira: Imobilidade preocupante O GLOBO
Ao confirmar parte do relato do deputado Roberto Jefferson, o ministro da Coordenação Política, Aldo Rebelo, deu ares de verdade a toda sua denúncia, o que torna mais tenso o momento político. O que se poderia esperar como conseqüência dessa crise em que o governo está metido certamente não é essa atitude quase de fuga, de fingir que é normal o presidente da República ouvir denúncia tão grave e nada acontecer.
O ministro Aldo Rebelo dizer que os partidos políticos é que estão em xeque, e não o governo, seria risível se não representasse a dramática imobilidade do governo diante de acusações que atingem o Palácio do Planalto, que tem uma relação conspícua com seu partido oficial.
O tesoureiro Delúbio Soares, acusado de dar mesadas de R$ 30 mil para políticos votarem a favor do governo, é figura fácil em gabinetes do Planalto, e suas atitudes não podem ser separadas das decisões do governo. Além da punição dos responsáveis por esse gigantesco toma-lá-dá-cá em que se transformaram as relações do Execut...
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AUGUSTO NUNES :O bombardeio só está no começo - JB
Roberto Jefferson avisara sem rodeios que, constatada a iminência do naufrágio, trataria de afundar atirando. Ontem, em entrevista publicada pelo jornal Folha de S.Paulo, o deputado federal e presidente do PTB começou a cumprir a promessa. Algo deve tê-lo convencido de que é irreparável o rombo causado pelo escândalo dos Correios, ampliado por avarias posteriores. E o timoneiro da embarcação decidiu que chegara a hora do bombardeio.
Os disparos iniciais não deixam dúvida: o que parecia uma fragata de escolta é canhoneira, e das boas. Mais: embora tenha trocado as aulas de tiro ao alvo por lições de canto lírico, Jefferson continua com excelente mira. O primeiro torpedo, carregado com a revelação de que deputados da "base aliada" recebem (ou receberam até janeiro) "mensalões" de R$ 30 mil para apoiar o governo, atingiu a proa da nau capitânia comandada por Lula da Silva.
Os seguintes, ainda mais devastadores, explodiram na sala de máquinas do grande navio, confiada a dois condecorados tripulantes do ...
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E AGORA,LULA? - JB
Presidente não quer ser refém
Daniel Pereira, Karla Correia e Sérgio Pardellas
Arquivo
BRASÍLIA - A estratégia do Planalto de desqualificar a denúncia do deputado Roberto Jefferson e blindar o governo foi revelada no fim da tarde de ontem. Depois de um dia intenso de reuniões do chamado "Gabinete da Crise", que mobilizou ministros e assessores do governo, a palavra final foi dada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
– Não podemos ficar reféns de Jefferson, disse Lula, que semanas antes o chamara de parceiro.
Ao ministro da Coordenação Política, Aldo Rebelo, foi delegada a tarefa de, como porta-voz, seguir à risca a estratégia de defesa traçada pelo Executivo. Em entrevista rápida, disse que a denúncia não atinge o governo. Relata apenas suposto pagamento de mesada do PT ao PP e PL.
– Não há nenhuma acusação contra o governo – disse Aldo, jogando, mesmo que indiretamente, uma eventual culpa no colo do PT e do tesoureiro do partido, Delúbio Soares, fonte pagadora do mensalã...
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Omissão criminosa JB EDITORIAL
A gravíssima denúncia publicada há oito meses pelo Jornal do Brasil foi confirmada ontem pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-SP), numa perturbadora entrevista à Folha de S.Paulo. Agora, só os muito cínicos ousarão contestar a infiltração, no código de práticas semiclandestinas forjado nos porões do poder, do odioso ''mensalão''. Assim se batizou a propina distribuída entre integrantes da ''base aliada'' para garantir a aprovação no Congresso do que interessa ao Palácio do Planalto.
Escancarada pelo presidente do PTB, essa excrescência se afigura ainda mais inquietante por atingir diretamente o coração do PT e, sobretudo, a alma do governo. Antes que o presidente Lula da Silva soubesse da existência do tumor, relatada pelo próprio Jefferson no começo deste ano, o chefe do PTB garante ter tratado do problema em escalas nos gabinetes dos ministros José Dirceu (Casa Civil), Antonio Palocci (Fazenda), Walfrido Mares Guia (Turismo) e Ciro Gomes (Integração Nacional).
Ou por duvidarem de tamanha maroteira,...
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Jefferson denuncia mesada paga pelo tesoureiro do PT
Folha de S.Paulo
Acusado no caso dos Correios, deputado do PTB reage e ataca governo Lula e base aliada
RENATA LO PRETE
EDITORA DO PAINEL
Roberto Jefferson cumpriu a promessa de que falaria. E falou muito. Em entrevista exclusiva à Folha, o presidente do PTB disse que na base das dificuldades que o governo enfrenta no Congresso estão problemas com o chamado "mensalão", uma mesada de R$ 30 mil que seria distribuída a congressistas aliados pelo tesoureiro do PT, Delúbio Soares. A prática durou até o começo do ano, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo Jefferson, tomou conhecimento do caso, pelo próprio petebista.
Outros ministros, como José Dirceu (Casa Civil) e Antonio Palocci (Fazenda) haviam sido alertados antes do esquema -que beneficiaria pelo menos o PP e o PL. Jefferson está há três semanas no centro do noticiário pelas denúncias que atingem os Correios e o Instituto de Resseguros do Brasil, estatais que têm indicados do PTB em seus quadros. A crise decorrente das denúncias...
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FERNANDO RODRIGUES:Lula e o "mensalão" - folha de s paulo
BRASÍLIA - É gravíssimo o conteúdo da entrevista concedida por Roberto Jefferson a Renata Lo Prete, na Folha de hoje. O deputado do PTB relata ter informado ao presidente da República sobre o pagamento de mesadas a congressistas do PP e PL. O dinheiro saía pelas mãos do PT.
O "mensalão", como Jefferson diz, era de R$ 30 mil. Ministros sabiam. José Dirceu, Antonio Palocci, Ciro Gomes e Walfrido Mares Guia. O que fez Lula? Nas palavras de Jefferson, o presidente da República "chorou" e "meteu o pé no breque".
Meter o "pé no breque" é pouco. Eis aí a gravidade. Cabe ao presidente da República mandar apurar e punir com rigor os envolvidos.
Fato consumado, há duas saídas para Lula diante da entrevista do seu "Pedro Collor" particular.
A primeira, altamente improvável por equivaler a um suicídio político, é o Palácio do Planalto confirmar toda a história. Seria uma autoconfissão de conivência do presidente com um crime -não foi instaurada investigação nem ninguém foi punido. Destruiria o governo.
O mais p...
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VINICIUS TORRES FREIRE:História da ruína petista-lulista- folha de s paulo
SÃO PAULO - A natureza de Lula e seu PT manifestou-se em sua crua inteireza apenas após meses de governo. Apesar do despreparo intelectual e programático dos adeptos de Lula, havia pouca gente disposta a lhes negar mesmo o benefício da dúvida.
Mas no poder os defeitos de base do PT desabrocharam. Em meses, esnobavam-se os últimos movimentos sociais da "base petista", projeto iniciado em 1995, assumido em 2000 e escancarado em 2002. Ficou o "projeto de poder" sem idéias. O aparelhismo da pior esquerda. O arrivismo mais vulgar da alta burocracia partidária. Agora, não ficou nem mesmo o Roberto Jefferson.
Apesar de o PT ter renegado com despudor 20 anos de tolice econômica, o defeito de origem permaneceu. O governo Lula reagiu à ruína de FHC com os então corretos procedimentos de manual. Mas a ausência de quadros e idéias econômicos no PT o submeteram sem mais à onda conservadora mundial e ao poder da finança e da direita da tecnocracia econômica nacionais. O Tesouro Nacional é drenado pelo monetarismo idiota ...
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VERGONHA SOCIAL-folha de s paulo editorial
Estudos divulgados pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), órgão ligado ao Ministério do Planejamento, revelam as péssimas condições sociais do país. De acordo com o "Radar Social", uma iniciativa para acompanhar o desenvolvimento social do país, o Brasil tem uma das piores distribuições de renda do mundo: menos de 1% dos brasileiros mais ricos detêm parcela de renda semelhante à de metade dos brasileiros mais pobres. O número de pobres, com renda abaixo de meio salário mínimo, atingiu a cifra de 53,9 milhões de pessoas em 2003. Desses, 21,9 milhões seriam indigentes.
Os brasileiros vivendo em favelas ou em assentamentos são 6,6 milhões. O analfabetismo ainda alcança 11,6% da população. Os homicídios se tornaram a principal causa de morte entre homens de 15 a 39 anos, configurando um dos mais graves problemas na área de segurança.
Infelizmente, as principais iniciativas do governo para combater os maiores problemas sociais do país estão praticamente paralisadas.
Pesquisa no Siafi (sistema ...
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A frase do dia
"O PT não tem coração, só tem cabeça. Ele nos usa como uma amante e tem vergonha de aparecer conosco à luz do dia". (Deputado Roberto Jefferson, presidente do PTB, na Folha de S. Paulo, hoje.)
BLOG Ricardo Noblat
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Lucia Hippolito: A nau dos insensatos
"Vai ser mais uma semana infernal – no Congresso e no país.
Para um governo que só se mexe à base de pesquisas, como é o governo Lula, se a pesquisa CNT/Sensus, divulgada na semana passada, foi muito ruim para o governo, a pesquisa Datafolha divulgada ontem foi devastadora.
Para ficar num único exemplo, 65% dos entrevistados consideram que o governo Lula é corrupto. Que a corrupção aumentou brutalmente neste governo. Convenhamos que é um número a ser considerado.
Portanto, não importa se o Executivo vai ou não conseguir convencer deputados a retirar as assinaturas do pedido de CPI.
A percepção da sociedade é a do aumento da corrupção.
Tudo bem. Um governo tem que saber viver com isso. Se uma CPI é prejudicial ao governo, qualquer governo, ele tem que ser competente para abafar.
Assim, por mais que o governo do PT queira ser melhor que o do PSDB, tem que ser mais competente na hora de abafar uma CPI. E não tem sido.
A vida do governo Fernando Henrique foi muito dura, nesse aspecto. Oito anos deb...
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FOLHA DE S.PAULO -ENTREVISTA
JOSÉ ROBERTO MENDONÇA DE BARROS
Economista diz que peso maior dos juros recaiu sobre investimentos e rechaça "herança maldita"
Política econômica tolhe o entusiasmo para investir
FERNANDO CANZIAN
DA REPORTAGEM LOCAL
Para o economista José Roberto Mendonça de Barros, pior do que o resultado de 0,3% de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) no primeiro trimestre deste ano é o fato de estar se ""dissipando o entusiasmo" do setor empresarial por novos investimentos.
""É claro que o governo sabe que o custo [da atual política monetária] seria uma freada no PIB. É gente competente que está na operação", afirma. ""O que lamento muito é a perda do entusiasmo dos empresários em investir. Perdeu-se o "fósforo" dessa decisão, que é o entusiasmo."
Sócio-diretor da MB Associados e ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda entre janeiro de 1995 e março de 1998, no primeiro mandato do governo FHC, o economista diz não enxergar muitas condições de a economia brasileira sustentar um ...
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LUIZ CARLOS BRESSER-PEREIRA:Maldição dos recursos naturais
Folha de S Paulo
Estamos vendo a taxa de câmbio declinar perigosamente todos os dias, impulsionada pela altíssima taxa de juros real. Conforme procurei mostrar em artigo anterior, essa taxa é o preço macroeconômico mais estratégico da economia brasileira e deve permanecer sempre relativamente depreciada para que haja desenvolvimento. Entretanto ela só se deprecia no Brasil nos momentos de crise cambial. Fora disso, valoriza-se de forma implacável, seja porque os juros altos atraem os capitais especulativos, seja porque o caráter absurdamente oneroso desses juros impede que o governo faça o que fazem os países asiáticos quando são invadidos por fluxos de capitais que ameaçam apreciar seu câmbio: emitem dívida pública interna e, com os recursos, compram e transformam em reservas as divisas que estão entrando e pressionando o câmbio para baixo.
Existe, porém, uma razão estrutural para a apreciação artificial do câmbio no Brasil: a "maldição dos recursos naturais", também conhecida na teoria econômica com o no...
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AUGUSTO NUNES: O companheiro Lula ignora limites
JB
Há limite para tudo, repetiu há meses o deputado federal Fernando Gabeira. Ele ainda era filiado ao PT quando pronunciou a frase. Convidado pelo ministro José Dirceu para um encontro no Planalto, chegou na hora marcada. Depois de 90 minutos de espera, achou melhor voltar para casa. Há limite para tudo.
A lição não é nova. A frase é diariamente repetida por milhares de brasileiros. Por que inspirou tantas manchetes nos jornais? Porque as quatro palavras foram pronunciadas por um político. Na voz do habitante de um mundo em que a esperteza e a conveniência rasa prevalecem sobre princípios éticos e morais, a declaração de Gabeira soou como uma novidade e tanto.
Hoje no PV, ele continua a praticar com naturalidade o convívio dos contrários. Talentoso, sensível, conhecedor do universo que habita, Gabeira não se espanta com alianças que implodem amizades antigas ou acordos entre antagonistas históricos. ''Não há nenhum amigo que não possa virar inimigo nem um inimigo que não possa ...
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VALDO CRUZ:Sinal de alerta
BRASÍLIA - Acuado por uma safra de notícias ruins -de crise política a desaceleração econômica-, Lula age como se estivesse em outro país. Promete surpresas econômicas e resiste a pressões para mudar sua equipe.
Deveria perder um pouco de seu tempo neste domingo e ler os resultados da pesquisa Datafolha. Talvez desperte para a realidade à sua volta a tempo de promover correções de rumo em seu governo.
Os dados não são nada bons. Não bastasse a queda de dez pontos na aprovação de seu governo, alguns números sinalizam que a campanha da reeleição não será tão fácil como imaginavam os petistas.
Cresceu, por exemplo, a desaprovação ao desempenho de Lula nas áreas econômica e social. Dois setores vitais para convencer o eleitorado a dar mais quatro anos ao presidente.
Outro dado péssimo para o petista: os brasileiros consideram os trabalhadores, logo eles, os mais prejudicados pelo governo do ex-metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva.
Quer mais um. A maioria dos brasileiros acha que Lula abandonou a maior ...
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CLÓVIS ROSSI:Derrota na vitória
SÃO PAULO - Se as urnas de 2006 confirmarem os resultados da pesquisa do Datafolha que este jornal publica hoje, será um tremendo revés para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mesmo que se reeleja no segundo turno.
Afinal, dois turnos acabam transformando a eleição em um plebiscito sobre o governante do momento, na metade de um mandato que, na verdade, é de oito anos.
Portanto, se Lula, como mostram as pesquisas, não conseguir se reeleger no primeiro turno, o que as urnas estarão dizendo é que a maioria dos brasileiros não o aprova.
Um fracasso em qualquer caso, mas muito maior ainda no caso de quem se proclamou o portador de todas as esperanças.
Reeleger-se apenas no segundo turno provavelmente apagará as marcas desse fracasso inicial, principalmente em um país que "futeboliza" tudo e, portanto, acha que o que vale são os três pontos, ganhe no primeiro turno ou só no segundo.
Essa lógica é legalmente verdadeira, sem a mais leve de sombra de dúvida, mas, politicamente, não é bem assim. Vitória ...
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Fernando Henrique Cardoso :Sair da crise
Há algumas semanas, numa entrevista a uma revista econômica, fiz referência aos riscos de se aprofundar o descolamento entre o sistema político e a sociedade. Não tinha em mente a conjuntura, mas uma tendência que, aliás, não se vê só no Brasil. A democracia representativa encontra-se em questão em muitas "sociedades de massa". O fenômeno é geral (basta ver os índices de absenteísmo eleitoral nos países em que o voto não é obrigatório), mas é mais visível nas sociedades de massas em que há muitos pobres. Nessas, a melhoria do grau de instrução e o desejo de usufruir os bens que o sistema econômico oferece aumentam a pressão, mais do que justa, dos mais pobres por um melhor lugar ao sol. Dei o exemplo da Venezuela para mostrar como, pouco a pouco, o desgaste do sistema político pode erodir a democracia. Lá, o desapontamento com os governos constitucionais do tempo da Ação Democrática e da Democracia Cristã veio a se tornar insuportável durante o governo de um homem honrado, Rafael Caldeira, antecessor de Hugo ...
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Miriam Leitão:Avanço civilizatório
Certos avanços civilizatórios são também boa estratégia comercial. O crescimento do Brasil no mercado internacional vai incomodar cada vez mais. A resposta a isso é o país enfrentar espontaneamente certos pontos vulneráveis. Combater o trabalho infantil, o trabalho escravo, o desmatamento são políticas boas por seus próprios méritos, mas têm também a vantagem de evitar ataques de concorrentes.
Nos próximos dias, o governo vai comemorar o avanço no combate ao trabalho infantil. Há dados que ainda chocam, mas a OIT e o Instituto Ethos acham que o problema está no caminho da cura.
De 95 até hoje, o número de crianças de 5 a 15 anos trabalhando caiu à metade. Eram 5,1 milhões e são agora 2,7 milhões. O Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti) começou em 95, depois de uma mobilização empresarial e de esforços da OIT. Em 96, 3,7 mil crianças foram atendidas por bolsa para voltar a estudar em vez de trabalhar. Em 2002, foram 809 mil. No fim de 2005, serão um milhão de crianças no Peti.
— Em...
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JOÃO UBALDO RIBEIRO:Que elites, cara pálida?
Hoje eu não ia falar do governo. Tem gente, acho que a maioria, que não acredita, mas a verdade é que não gosto de ficar falando mal do governo, como, aliás, já disse em outras ocasiões. Não só me lembra meu votinho de otário, dado a um partido que acreditava diferente dos demais, como é chato pegar no pé dos homens o tempo todo, ainda mais em nosso querido Brasil, onde nos acostumamos a que tudo tenha por trás armação ou mutreta. Já me acusaram de envolvimento com não sei quantos esquemas, que nem consigo entender direito, tamanha a complicação. O ouro de Moscou, do qual peguei muito para penhorar na Caixa Econômica lá na Bahia (vinha em saquinhos com cifrões impressos, como nas histórias em quadrinhos, se bem me lembro), infelizmente não mais complementa meu modesto orçamento de agente das forças do Mal e das ideologias exóticas. Os dólares manchados de sangue provenientes de Wall Street tampouco têm pintado. Enfim, é uma situação bastante apertada para nós, os que enganam o povo por dinheiro e poder.
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Merval Pereira:Missão impossível
O PT na oposição impôs ao ambiente político do país uma agenda moralista tão radical que agora ela se volta inexoravelmente contra o governo que comanda. Chamado por Brizola de "UDN de macacão", o nível de cobrança foi tão intenso que o próprio PT não consegue governar com os parâmetros que ele mesmo estabeleceu. Em meio à crise política que se desenrola no Congresso, e apesar das acusações recíprocas que sobem de tom à medida que os impasses vão surgindo, há quem esteja conversando sobre a necessidade de se encontrar um espaço comum de atuação que permita tanto ao PT quanto ao PSDB prescindirem de acordos políticos espúrios como os que estão criando essa crise política interminável.
É fato que o governo passado abafou tantas CPIs quantas a oposição da época tentava criar, e foram muitas. Agora que os papéis se inverteram, um acusa o outro de ser diferente do que era no passado. Os que tentam criar a possibilidade de entendimento futuro dentro de uma linha de fronteira ética, chamam a atenção para o fato...
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JOSÉ ALEXANDRE SCHEINKMAN:Política industrial x incentivos à inovação
Em 1942 , John Atanasoff e Clifford Berry construíram, na Universidade Estadual de Iowa, a primeira máquina de computação que utilizou eletricidade, válvula de vácuo (a antecessora do circuito integrado) e o sistema numérico binário. Em 1973, a Justiça americana decidiu que Atanasoff e Berry haviam construído o primeiro computador digital e eletrônico e que os construtores de outras máquinas pioneiras haviam copiado idéias fundamentais da dupla de Iowa. Essa invenção jogou um papel crucial na criação da liderança americana na era digital, e o investimento no projeto trouxe um retorno econômico enorme para a sociedade, mas Atanasoff e Berry pouco receberam, exceto o reconhecimento tardio pelo trabalho genial.
O caso do computador de Iowa é extremo, mas ilustra um fato comum. Mesmo se protegidas por patentes, muitas invenções geram ganhos que não são apropriados pelos inventores, e o retorno econômico para a sociedade como um todo excede o retorno privado dos investimentos em P&D (pesquisa e desenvolvimento)....
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ELIO GASPARI:Um mico conectado ao PC
Lula está diante de uma bela decisão de política pública, daquelas que só os presidentes podem tomar. Trata-se de definir a ossatura do programa PC Conectado, que pretende colocar 1 (ou 2) milhões de computadores nas mãos dos brasileiros de baixa renda.
As primeiras máquinas deveriam estar na rua desde dezembro passado. Depois falou-se em março. Felizmente, junho chegou e o governo não tomou uma decisão que, por megalomaníaca, pode virar um mico.
O programa prevê a fabricação e a venda de modelos de mesa por até R$ 1.400 (US$ 580). Seriam fabricados no Brasil. O preço camarada seria resultado de uma convergência do velho e bom dinheiro do BNDES com renúncia fiscal e subsídios da Viúva.
Toda vez que o governo fala em comprar 1 milhão de qualquer coisa, a patuléia deve botar a mão na carteira.
Essa cautela justifica-se porque o Media Lab do Massachusetts Institute of Technology avisa que está desenvolvendo um laptop de US$ 100. Por enquanto, não existe sequer um protótipo dessa máquina. É possível que o...
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JANIO DE FREITAS: A corrupção da corrupção
JANIO DE FREITAS
Desde que Gilberto Gil disse, na entrevista-show da semana passada para a Folha, que PT e PSDB deveriam estar unidos, não se precisa mais reiterar a identificação continuista do subgoverno Lula com o subgoverno Fernando Henrique como conservadores do subdesenvolvimento brasileiro. Palavra de ministro é palavra oficial de governo, tanto que Gil não recebeu nem o mais leve reparo palaciano ou petista. Se a igualdade está reconhecida e consagrada, o que resta é pesquisar eventuais diferenças.
Tarefa de estreitas perspectivas. Por isso, de minha parte, começo com um agradecimento a Antonio Palocci, por sua imediata e estimulante contribuição. Noticiou-se que Palocci "vai liberar em 15 dias R$ 400 milhões em emendas parlamentares", para facilitar o bloqueio à CPI da corrupção nos Correios do governo Lula. Os fatos não foram tão simples e a notícia, assim, não faz justiça a Antonio Palocci.
Primeira fase dos fatos: Palocci e José Dirceu reúnem-se com líderes de bancadas partidárias no Congres...
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REFORMA DA REFORMA
O debate público beneficiou a segunda versão do anteprojeto da reforma universitária, divulgada pelo Ministério da Educação (MEC). Foram corrigidos alguns equívocos e o texto, que ainda deverá passar por mudanças antes de chegar ao Congresso, tornou-se menos impreciso.
É o que atesta, por exemplo, a eliminação do artigo que previa a criação de conselhos administrativos nas instituições privadas, com a participação de, no máximo, 20% de representantes das mantenedoras.
Além de inconstitucional, a antiga proposta pecava por excluir os donos de faculdades dos processos decisórios de seus próprios empreendimentos. Outro recuo louvável foi o fim da exigência de eleições diretas para reitor em instituições privadas.
Isso não significa, contudo, que o MEC tenha desistido de implementar dispositivos de controle de qualidade do ensino superior público e particular -este último ainda mais problemático. Sinal disso é o fato de que, pela nova proposta, ao menos 25% do corpo docente das universidades deverá ser comp...
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AVALIAÇÃO EM QUEDA
Ainda não está claro se o governo vai ou não conseguir bloquear a CPI dos Correios, mas já está pagando em popularidade o preço da decisão de tentar fazê-lo. Pesquisa Datafolha publicada hoje mostra que, se a eleição fosse agora, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrentaria, na maioria dos cenários, um segundo turno. Na sondagem anterior, realizada há seis meses, Lula teria de passar pelo segundo escrutínio em apenas uma simulação.
Não é só. Cresceu significativamente a proporção dos que acreditam que existe corrupção no governo federal. Esse número saltou de 32% em março de 2004 para 65%. É razoável supor que essa mudança esteja associada ao caso Roberto Jefferson/Correios, pois 88% dos entrevistados são favoráveis à CPI.
Como não poderia deixar de ser, esse momento mais negativo para o governo também se reflete na avaliação de seu desempenho. O índice de ótimo e bom caiu dez pontos nos últimos seis meses, passando de 45% para 35%. Na comparação com a administração anterior, Lula segue com grande v...
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O "NÃO" DA CHINA
A tão louvada "parceria estratégica" Brasil-China não foi muito longe. Pequim anunciou anteontem que vai votar contra a proposta de ampliação do Conselho de Segurança (CS) das Nações Unidas apresentada em conjunto por Brasil, Japão, Alemanha e Índia. O veto chinês inviabiliza a pretensão brasileira -que já se tornou uma verdadeira obsessão- de conquistar um assento permanente na organização.
A ampliação do CS só poderia ocorrer no âmbito de uma reforma que altere a Carta da organização. Para valer, emendas à Carta precisam ser aprovadas e ratificadas por dois terços dos membros da Assembléia Geral incluindo, obrigatoriamente, os atuais cinco membros permanentes do CS -entre os quais a China.
O veto chinês não diz respeito diretamente ao Brasil, mas sim ao Japão. Não é exatamente uma surpresa. É conhecido o contencioso entre os dois países. Apesar dos sólidos vínculos econômicos, permanecem cicatrizes de guerra. Pequim julga que Tóquio ainda não se desculpou pelas atrocidades cometidas pelo Exército Imperi...
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Política ferve, economia esfria GESNER OLIVEIRA
Há uma boa e uma má notícia. Primeiro a boa: a economia está relativamente imune à crescente tensão na esfera política. A má notícia é que a oportunidade de ouro para colocar a economia em rota de crescimento está sendo desperdiçada.
Ao contrário daquilo que ocorreu em passado recente, os sucessivos escândalos e impasses políticos não abalam o eletrocardiograma dos mercados. Os números da Bolsa, do dólar e do prêmio de risco continuam insensíveis às oscilações da política. Não acusaram alteração, por exemplo, com a eleição de Severino para a presidência da Câmara ou com a decisão de instalar a CPI dos Correios.
Há duas interpretações para esse relativo insulamento da economia aos embates políticos. A primeira é otimista e chama a atenção para a maior maturidade das instituições brasileiras atuais em relação ao passado. A economia depende menos do Estado e pode ir bem a despeito das tempestades em Brasília.
A segunda é pessimista e ressalta que as conseqüências da atual paralisia no Congresso só não são...
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FERNANDO RODRIGUES:Por que uma CPI
BRASÍLIA - Diferentemente do que apregoa Lula e sua tropa de choque, as instituições no Brasil são precárias, ineficazes e as principais responsáveis pela sensação de impunidade reinante no país. Essa é a maior razão para existir o frenesi a favor de CPIs quando eclode um caso cabeludo de corrupção federal.
É inútil tentar domar a opinião pública abafando a CPI dos Correios só com o argumento de que a PF anda prendendo corruptos em penca. No máximo, essa desculpa servirá de muleta para acalmar a massa fisiológica dentro do Congresso. O que conta, na realidade, são os milhões de reais prometidos por Palocci.
Além da impunidade, também está colada ao Brasil a pecha de país do "nada ficou provado". Um perito constatou ser de Romero Jucá a caligrafia em cheques usados para desviar recursos de uma fundação beneficente. O caso se arrasta há mais de dez anos. Nada ficou provado, repete a toda hora o ministro da Previdência. É verdade. Na Justiça, nada.
Numa CPI, essa história seria diferente. Para o bem e para...
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CLÓVIS ROSSI:Sobre desestabilização
SÃO PAULO - Já que alguns caciques do PT continuam com essa tolice de que "a direita" quer desestabilizar o governo, vamos a alguns fatos:
Fato 1 - Um grupo de empresários digamos desenvolvimentistas conversou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante os primeiros meses do seu governo, tentando convencê-lo de que embarcara num caminho sem saída e sem futuro com a política de juros altos. Sem futuro, esclareça-se, em termos de desenvolvimento sustentável.
Lula respondia-lhes que um economista de uma dessas gigantes do mercado financeiro lhe dissera justamente o contrário. Que era preciso conquistar a confiança dos mercados, especialmente os externos, que tudo o mais viria por gravidade (é uma estupidez, eu sei, mas tem gente que adora uma "enrolation").
Fato 2 - Teimoso, o grupo levou um dia, ao presidente (e ao ministro Antonio Palocci), um banqueiro, Fernão Bracher, que não é um fundamentalista. Disse ao presidente e ao ministro o mesmo que os empresários vinham dizendo.
"Palocci, responda a...
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Miriam Leitão:Lições da mata
Quando estão ameaçados, os macacos muriqui, ou monocarvoeiros, abraçam-se. Acham que juntos enfrentam melhor o perigo. A operação Curupira pode ser o começo desta reação lógica diante do crime inaceitável do desmatamento ocorrido no ano passado: governo, Ministério Público e Polícia Federal juntos contra os criminosos. Tomara que todos eles consigam vencer a tentação da vaidade e aprender a lição simples do muriqui.
A idéia de ficar procurando quem é o dono da criança bonita, a operação Curupira, pode tirar o foco do que é essencial: a operação é a única resposta aceitável ao escândalo do desmatamento divulgado na semana passada. Foi bem feita, bem preparada e tocou num ponto nevrálgico. Um desmatamento daqueles, 26 mil quilômetros quadrados num ano, não pode acontecer sem haver um amplo esquema de fraude, corrupção e cobertura do qual participem, inclusive, funcionários públicos e até autoridades.
— Tive que mandar interventores para Mato Grosso porque metade do Ibama caiu — contou-me a ministra Ma...
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Merval Pereira : O estilo do Geraldo
Não há dúvida de que o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, é o avesso do presidente Lula: contido, discreto, dá a sensação de que pensa muito antes de falar, e não se arrisca a um improviso. Acha que as realizações falam mais alto do que o que chama de "palavrório". O ex-governador Paulo Maluf apelidou-o de "picolé de chuchu", frio e sem gosto, no que parecia ser um apelido devastador.
Maluf acabou nem indo para o segundo turno, na disputa pelo governo de São Paulo em que o "picolé de chuchu" venceu José Genoino, o candidato do PT, no ano em que Lula venceu a eleição para presidente.
Se o estilo é o homem, frase do naturalista francês do século 18 Georges Buffon que o governador de São Paulo gosta de repetir, o homem Geraldo — como a propaganda do PSDB começou a chamá-lo, numa prévia do que deve ser o tom amigável que vai tentar impor na campanha presidencial — vai se contrapor a Lula com o estilo discreto, mas afirmativo, de um administrador eficiente. Geraldo, como já o chamava o senador Jorge...
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Entrevista: Timothy Garton Ash
O atoleiro europeu
Segundo o historiador inglês, a rejeição da Constituição européia lança o continente num período de "contemplação do próprio umbigo"
Carlos Graieb, de Londres
Recentemente, o acadêmico inglês Timothy Garton Ash recebeu uma ligação da Casa Branca. Era um convite do presidente americano, George W. Bush, para que fosse aos Estados Unidos "explicar-lhe a Europa". Aos 50 anos, Ash é diretor do Centro de Estudos Europeus da Universidade Oxford, uma das mais importantes da Inglaterra. É também um comentarista político dos mais lúcidos e prolíficos, escrevendo artigos semanais para o jornal londrino The Guardian. Já publicou oito livros, entre os quais A Revolução Polonesa, Os Arquivos (uma curiosa leitura dos documentos que a Stasi, a polícia secreta da antiga Alemanha comunista, reuniu a seu respeito enquanto ele cumpria uma temporada de estudos em Berlim) e Mundo Livre, o mais recente deles, que investiga as diferenças que separam a Europa dos Estados Unidos e sugere que elas...
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Roberto Pompeu de Toledo:Volta à garagem, volta, Garganta Profunda
O caso do informante secreto de
Watergate remete ao contraste
entre aqueles tempos e os atuais
O Garganta Profunda que na semana passada se revelou como Mark Felt, outrora o nº 2 do FBI, a polícia federal americana, como que sai das profundezas de um subterrâneo para lembrar quanto os Estados Unidos mudaram desde aqueles idos de 1972/74. A imagem do subterrâneo não está aqui a troco de nada. Era num estacionamento subterrâneo de Washington que o alto funcionário do governo americano identificado, estes anos todos, pelo apelido de Garganta Profunda se encontrava, altas horas da madrugada, com o repórter Bob Woodward, a quem entregava alguns dos segredos do escândalo Watergate. Quem viu o filme Todos os Homens do Presidente talvez ainda guarde a cena, entre lúgubre e angustiante, temerária e romântica, do jovem repórter Woodward, interpretado por Robert Redford, a encontrar-se com seu informante no ambiente carregado de uma garagem deserta, onde a iluminação é precária e os passos ecoam pesadamente. ...
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André Petry:Isso deve ser pecado
"Sobre os dois cientistas estrangeiros que menciona, Fonteles omite que são ambos da Opus Dei. Também omite que seis dos nove brasileiros citados são autores de obra coletiva patrocinada pela Pastoral Familiar."
Faltando poucas semanas para deixar o cargo, o procurador-geral da República, Cláudio Fonteles, fez um papel vergonhoso. Para satisfazer suas convicções católicas, Fonteles quer derrubar a lei que autoriza a pesquisa científica de células-tronco de embriões humanos. Na ação que apresentou ao Supremo Tribunal Federal, ele alega que a pesquisa é um assassinato, pois destrói os embriões humanos, violando o direito à vida desses embriões – um direito expressamente garantido pela Constituição. Dito dessa forma, até parece que o procurador está apenas interessado em interpretar a lei e defender a ordem jurídica. Engano. Ele quer, na verdade, somente defender suas convicções católicas, de acordo com as quais a vida tem início no momento em que um espermatozóide fecunda um óvulo. Isso fica claro porque,...
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Tales Alvarenga:Ética de elevador
"Os petistas vão usar todos os métodos
que tiverem à mão para evitar que a
verdade venha à tona na CPI. Qual é
a razão de tanto medo?"
As pessoas costumam não notar, mas em todos os elevadores há uma placa condenando a discriminação de passageiros. Nos elevadores de São Paulo, a placa diz o seguinte: "É vedada sob pena de multa qualquer forma de discriminação em virtude de raça, sexo, cor, origem, condição social, idade, porte ou presença de deficiência e doença não contagiosa por contato social no acesso aos elevadores deste edifício". Essa lei, com pequenas diferenças de cidade para cidade, é das que não colaram. Empregadas domésticas e serviçais usam o elevador de serviço e nunca o elevador "social". Qualquer pessoa suspeita de ser empregada ou serviçal, por cor da pele, porte, aparência, roupas ou qualquer outro indicador "social" é convidada a usar o elevador do fundo. Essa placa com o princípio ético está lá pregada na parede, mas passa despercebida. Os que a vêem fingem que ali nada existe. ...
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Claudio de Moura Castro:A culpa é do tataravô
"Nosso retardo educativo vem menos do
que fizemos mal nas últimas décadas e mais
do não feito nos quatro séculos precedentes"
Nunca se criticou tanto e tão acidamente a educação brasileira quanto agora. E merecidamente, pois é péssima. E, para que ela se mova, ainda é pouco o que criticamos. Mas não podemos perder a perspectiva histórica. Nunca tivemos uma educação tão vibrante e em tão rápida transformação. Vamos entender o paradoxo. Nossa educação é ruim porque sofreu quatro séculos e meio de abandono. Foi nos últimos cinqüenta anos que tudo começou a acontecer. E, obviamente, é pouco tempo para recuperar os séculos perdidos e para evitar os solavancos e as incompetências do crescimento açodado.
O desleixo passado nos deixa seqüelas muito mais graves do que aquelas geradas pelas trapalhadas das décadas recentes. Ao preparar o prefácio do esplêndido livro de Maria Luiza Marcílio, História da Escola em São Paulo e no Brasil, adquiri mais munição para defender tais idéias.
Ilustração Ale Se...
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Diogo Mainardi:Verbas em transe
"O governo federal deu 1 bilhão de reais àturma do cinema. Uma parte do dinheiro foi roubada, retornando por baixo do pano àsempresas beneficiadas pelo subsídio fiscal. A outra parte do dinheiro teve um destinoinfinitamente mais sombrio: virou filme"
O período de ouro do cinema nacional foi entre 1992 e 1994. Fernando Collor de Mello cortou o financiamento público e nenhum filme foi feito.
De lá para cá, tudo piorou. O governo federal deu 1 bilhão de reais à turma do cinema. Uma parte do dinheiro foi roubada, retornando por baixo do pano às empresas beneficiadas pelo subsídio fiscal. A outra parte do dinheiro teve um destino infinitamente mais sombrio: virou filme. No momento, 365 longas-metragens estão em produção no país. Se todos fossem realizados, daria para ver um filme nacional diferente por dia, durante um ano. Não consigo imaginar perspectiva mais aterrorizante do que essa.
Gilberto Gil, na última segunda-feira, reconheceu que o setor cinematográfico enfrenta um "esgotamento...
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Em depoimento à PF, ex-presidente do IRB diz que desconhece as mesadas para PTB
O economista Lídio Duarte, ex-presidente do Instituto de Resseguros do Brasil (IRB), prestou depoimento à Polícia Federal, nesta quinta-feira, sobre as denúncias de irregularidades no órgão. Lídio não quis dar entrevista, mas seu advogado José Araújo de Almeida disse que ele negou que tenha deixado o IRB depois de se recusar a pagar uma mesada de 400.000 reais ao PTB. Segundo o advogado, Lídio Duarte desconhece esse suposto esquema de propina no IRB, denunciado por VEJA na edição de 25 de maio. "Não houve essa tentativa de retirar mesada até por que não há como fazer isso", afirmou Almeida, em entrevista ao site do jornal O Globo. O advogado disse ainda que Lídio negou que tenha qualquer relação com o presidente do PTB, Roberto Jefferson.
O advogado disse que seu cliente não deu entrevista a VEJA e que as denúncias publicadas pela revista na semana passada não são verdadeiras. "É uma fantasia", disse o advogado. Almeida afirmou ainda que Lídio mantinha apenas relações comerciais com Henrique Brandão, um ...
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Um escândalo que não ousa dizer o seu nome
A entrega ao ministro da Fazenda do comando da operação "Abafa CPI" é a prova mais evidente da falência da coordenação política do governo - dos ministros encarregados dela, dos líderes no Congresso e do próprio Lula.
É também em si um escândalo que a mídia e até mesmo a oposição evitar tratar como tal.
Lula escalou o homem que tem a chave do cofre para convencer deputados a enterrarem uma CPI criada por eles mesmos e destinada a investigar a roubalheira na Empresa de Correios e Telégrafos.
Tudo funciona com muita simplicidade.
O deputado conversa com Palocci, pede a liberação de verbas para obras públicas em sua base eleitoral, talvez um cargo aqui ou acolá, Palocci barganha, o deputado pressiona, e no fim os dois acabam se acertando.
O deputado que apoiou a CPI sai do encontro como adversário dela.
Se não há acerto possível e se o deputado é membro da Comissão de Constituição e Justiça, a solução é mais radical: ele ali é substituído por um aliado do governo.
Caberá à Comissão declarar se a CP...
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"MANDA FAZER"
Em mais um de seus famigerados improvisos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na abertura do Salão do Turismo, que tem lugar na cidade de São Paulo, revelou um entendimento um tanto questionável de como devem ser as relações do governo federal com os veículos de comunicação, em especial as redes nacionais de televisão.
Demonstrando seu entusiasmo com o potencial turístico do país -de fato ainda muito pouco explorado-, o primeiro mandatário imaginou que seria útil para o desenvolvimento do setor se a TV dedicasse mais tempo às belas paisagens existentes em território nacional.
Empolgado com a estratégia, Lula sugeriu ao ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia, presente na solenidade, "mandar fazer um "Globo Repórter" sobre os lugares bonitos do Brasil" para ser exibido no exterior. O presidente não se limitou à idéia de pautar aquele programa da Rede Globo. Também instou o ministro a buscar espaço no "Domingão do Faustão", da mesma Globo, e no "Hebe", do SBT.
"Você tem de ligar para uma Hebe Camarg...
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ATAQUE À CPI
Não deixa de ser reconfortante observar quão profundo pode ser o empenho do governo na defesa de suas interpretações da Carta Magna, mas o que está em curso na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ), que apreciará o pedido de abertura da CPI dos Correios, infelizmente não corresponde a um impulso constitucionalista do Planalto e de sua base de apoio.
Trata-se de uma clamorosa manobra política com o intuito de impedir o inquérito parlamentar. Embora o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de volta de sua viagem à Ásia, tenha ponderado que seria difícil "matar" a comissão, sendo preferível trabalhar para controlá-la, vislumbrou-se uma oportunidade de abafar o processo na CCJ -e ela está sendo usada sem escrúpulos. Deputados do PT e de partidos aliados que assinaram o pedido de investigação estão sendo substituídos na CCJ por parlamentares contrários à CPI.
O Planalto vai atraindo também o presidente do Senado, Renan Calheiros, que ontem se reuniu com o presidente da República e o ministro Aldo R...
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Dora Kramer - O avesso no espelho
O Estado de S. Paulo 3/6/2005
PT invoca direito de repetir erros que levaram os tucanos à derrota em 2002 A referência do governo do PT é o governo do PSDB, esta evidência renova-se constantemente nos gestos e palavras do presidente da República e seus correligionários.
Seja em reação ao que faz ou diz o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, seja para justificar ações de governo ou para explicar o distanciamento em relação a posições do passado recente, governistas vivem em permanente estado de comparação.
Se os tucanos faziam, raciocinam, os petistas também podem fazer. O que for: aumentar juros, elevar impostos, abafar investigações políticas, manobrar maioria parlamentar, escancarar a fisiologia, topar tudo por uma reeleição.
As críticas a ações anteriormente combatidas pelo PT recebem sempre o mesmo tipo de resposta: o governo passado também fez assim.
Ora, fala-se isso como se entre um governo e outro não tivesse havido uma eleição na qual a maioria do eleitorado brasileiro manifestou...
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Bonita - Victor Assis Brasil, sax
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Lucia Hippolito:A herança maldita do pensamento único
"Durante o governo Fernando Henrique, qualquer crítica à condução da política econômica ou aos rumos do governo eram rapidamente desqualificados, e os críticos eram classificados de neobobos, caipiras, catastrofistas e fracassomaníacos.
É evidente que qualquer pessoa sensata desistia de fazer críticas, porque ninguém gosta de ser desqualificado publicamente.
Por isso, durante os oito anos do governo Fernando Henrique foi muito citada a expressão "pensamento único", exatamente porque propostas de soluções alternativas eram descartadas com um certo ar de superioridade.
Dizia-se mesmo que o governo Fernando Henrique sofria de "autismo político", ou seja, não ouvia ninguém, não dava bola para as vozes que vinham da sociedade.
Este desprezo pela opinião discordante foi um dos motivos que levaram boa parte da intelectualidade e dos formadores de opinião a abandonar o presidente Fernando Henrique e seu candidato e a apostar na candidatura Lula, que parecia a todos muito mais aberta às opiniões da sociedade.
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O custo de uma decisão errada-LUIZ CARLOS MENDONÇA DE BARROS
Em economia , o ditado popular "aqui se faz, aqui se paga" é uma verdade absoluta. As decisões de política econômica, principalmente as de natureza conjuntural, têm um ciclo de resultados curto. Podemos medir, em meses, o intervalo entre as decisões tomadas e seus efeitos sobre a economia e a sociedade.
As estatísticas sobre o crescimento econômico, no primeiro trimestre de 2005, mostram a dimensão dos estragos provocados pela meta de inflação, irrealista, fixada pelo Banco Central. Meu leitor já conhece, em detalhes, o porquê dessa minha afirmação e não vou voltar a ela. Pretendo, hoje, refletir sobre os efeitos que a política de juros, dos últimos meses, está causando na economia.
Vamos, primeiro, tecer breves comentários sobre os números do PIB do primeiro trimestre do ano, divulgados nesta semana pelo IBGE. Eles apontam para um crescimento da economia de 3% para o ano fechado. Uma análise mais cuidadosa mostra que um número da ordem de 2,5% não pode ser descartado. Outra informação relevante é que ...
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IGOR GIELOW :Politizar a polícia
BRASÍLIA - Na ladeira abaixo em que o governo se meteu para tentar abafar a CPI dos Correios, foi especialmente deprimente o espetáculo promovido ontem justamente por um membro ponderado do gabinete de Lula, o ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça), ao anunciar a Operação Curupira. Em suas palavras, entre vivas à incrível vontade do governo de apurar corrupção: "Esse é um momento efetivo de celebração!".
Aos fatos. A PF começou a desbaratar mais um esquema podre, algo que vem fazendo com uma saudável freqüência no governo atual. Das 75 operações da PF de 2003 para cá, 46 envolveram corrupção, detendo até o meio da tarde de ontem 895 suspeitos -349 deles funcionários públicos.
Louvável, mas sejamos claros: não fez nada mais que sua obrigação. Além disso, número de prisões não significa necessariamente eficácia. Pode indicar abusos. Criminalista prestigioso que é, Bastos sabe disso.
Em operações anteriores, houve críticas não só a excessos que parecem ser inerentes a esse tipo de ação mas também a motiva...
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CLÓVIS ROSSI :O país da "enrolation"
SÃO PAULO - Não sei se o brasileiro é o melhor do Brasil, mas que os publicitários brasileiros são craques em retratar a alma profunda da pátria, lá isso são.
Exemplo mais recente: a propaganda de uma cerveja em que o rapaz encosta no balcão, uma loira se aproxima e fala com ele em inglês. O rapaz cobra do cérebro: "Inglês!". Os neurônios se agitam até que um deles dá a solução: é só pedir a cerveja tal que o resto é "enrolation".
É ou não é o Brasil, o país da "enrolation"? Que pode tomar várias formas: gambiarra, "gato", "por fora", "com nota ou sem nota?". Noutro dia, descobri a mais recente "enrolation": fui comprar auricular para o celular. O rapaz que atendeu perguntou: "Original ou genérico?".
É a forma "enrolation" de não precisar dizer pirateado.
Tem "enrolation" sofisticada. Sonegação no país da "enrolation" toma duas formas: a velha conhecida (no mundo todo), pela qual o sujeito simplesmente não paga; mas tem também a chamada "elisão fiscal", uma baita "enrolation" pela qual a empresa (em g...
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Para Ermírio, Lula precisa trabalhar mais
GUILHERME BARROS
COLUNISTA DA FOLHA
O empresário Antônio Ermírio de Moraes, presidente do grupo Votorantim, terá direito a uma dupla comemoração amanhã em Alumínio (SP), onde fica a sede da CBA (Companhia Brasileira de Alumínio). Ele participará de um churrasco com os 5.000 funcionários da empresa para comemorar os 50 anos CBA e, ao mesmo tempo, seu aniversário de 77 anos. O empresário não convidou ninguém de fora para a festa. "Temos de prestigiar as pessoas que trabalham conosco."
Para o empresário, o Brasil está perdendo uma chance de ouro de se tornar uma grande potência no agronegócio. Ele acha que o governo deve ter como meta o desenvolvimento do cerrado, uma área de 75 milhões de hectares com baixo rendimento agrícola.
O que falta, para o empresário, é a fixação de prioridades por parte do governo. Para ele, "o governo joga muita conversa fora e se perde nos objetivos". Para Ermírio de Moraes, o país tem tudo para se tornar uma grande potência, "mas para isso precisa ser bem dirigido". Ele a...
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Operação contra CPI envolve R$ 400 milhões em emendas
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A nova operação para abafar a CPI dos Correios questionando sua constitucionalidade e a inviabilizando regimentalmente no plenário da Câmara vai custar ao Palácio do Planalto R$ 400 milhões em emendas parlamentares, segundo apurou a Folha.
Os líderes governistas estão fazendo listas de deputados fiéis para terem suas emendas pagas. A intenção do Planalto é realizar a votação para matar a CPI no dia 15 de junho -data a partir da qual o presidente Luiz Inácio Lula da Silva desencadearia mudanças no ministério com o discurso de que reorganizou o governo politicamente após meses de crise.
O Planalto usará na operação os R$ 200 milhões desbloqueados na semana passada devido à arrecadação tributária acima da prevista no ano e outros R$ 200 milhões de emendas do Ministério da Saúde, área que não sofreu corte oficial de gastos em 2005.
Após a fracassada operação abafa da semana passada, quando o governo não conseguiu matar a CPI retirando assinaturas de adesão ao ...
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Miriam Leitão: Pontos a avançar
O Brasil fez muito: estabilizou, privatizou, fez reformas, fechou bancos, há sete anos tem superávits primários crescentes e superou a dúvida política sobre a chegada da esquerda ao poder. Ainda assim, o que os economistas têm a dizer é que a estabilização brasileira está incompleta e exige mais reformas. Basta olhar a comparação entre o Brasil e outros países emergentes para se ter idéia de quanto é preciso avançar.
Foi isso que alguns economistas fizeram. Foi lançado esta semana em São Paulo o livro: "Mercado de capitais e crescimento econômico. Lições internacionais e desafios brasileiros", organizado por Edmar Bacha e Luiz Chrysostomo de Oliveira Filho, com prefácio de Pedro Malan e uma lista impressionante de autores: Pérsio Arida, Dionísio Carneiro, Armando Castelar, Marcos Lisboa, Daniel Gleizer, Maílson da Nóbrega, Eleazar de Carvalho, entre outros. É o resumo de dois seminários e textos que vêm sendo feitos nos últimos anos.
A economista Ana Novaes compara o mercado de capitais do Brasil co...
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Luiz Garcia : A página e a Amazônia
Editoriais são vítimas freqüentes do pecado do nariz empinado, herança daquele tempo em que o mais importante num jornal era a sua opinião.
Os do "New York Times" não chegam a afirmar que valem mais do que o resto do jornal, mas certamente sugerem que, fora eles, o leitor só encontrará mesmo o resto. Não deve ser por acaso que, quando lhes dá na veneta, referem-se às suas opiniões como o julgamento "desta página", não "deste jornal".
Esta semana, a página se pronunciou sobre a Amazônia, condenando o desmatamento. É precisa — e preciosa — sua definição sobre o comportamento das autoridades brasileiras: afirma que elas agem com senso de responsabilidade "intermitente". Nada mais correto: tanto que a última medição do desmatamento — sobre os 12 meses terminados em agosto passado — registrou a maior perda de árvores desde 1995. É certo, por outro lado, que a má notícia embrulha um registro quase alentador: nos nove anos anteriores as notícias foram melhores. Mas é a notícia mais recente que realmente...
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Merval Pereira:Novos parceiros
Há uma convicção no governo de que os números ruins do primeiro trimestre não significam uma tendência, e, sobretudo, de que a economia entrará no ano eleitoral em crescimento acelerado, deixando para trás o clima pessimista que hoje ela provoca. Na mesma linha, repete-se na equipe econômica que não é possível calcular a carga tributária com base nos resultados trimestrais, pois o que conta é a média anual.
Esse raciocínio, se é correto tecnicamente, não tem ligação, porém, com a percepção do cidadão comum, que sente no dia-a-dia os apertos da política monetária e não aguarda a média anual para reagir a eles.
O que isso significa, em termos políticos, é que as pesquisas de opinião continuarão a registrar a queda da popularidade do presidente Lula enquanto os efeitos da política econômica não surgirem, o que pode afetar o clima político perigosamente, mesmo que os resultados comecem a aparecer no ano eleitoral.
Essa batalha entre o tempo político e o tempo econômico é crucial em um ano eleitoral...
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Lula e cúpula do PT vivem seu pior momento KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Nunca estiveram tão ruins e distantes as relações entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a cúpula do PT nos dois anos e cinco meses em que governam o país. Para a direção petista e ministros importantes, Lula assumiu comportamento autoritário. Isolou-se e toma decisões sem levar em conta a opinião do PT.
Já o presidente atribui ao seu partido a responsabilidade maior pela crise política e ouve de verdade o ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) e seu chefe-de-gabinete, Gilberto Carvalho. Irritadiço, Lula também demonstra mais intolerância a críticas e aumentou as queixas da imprensa.
"O PT tem 25 anos de história. Levamos dez anos construindo a vitória do Lula. Foi uma obra coletiva. Não dá para ele decidir tudo sozinho. Não dá mais", desabafou o ministro José Dirceu (Casa Civil), ainda com a roupa para exercícios que acabara de praticar, ao receber dirigentes do PT para um café da manhã em 6 de maio, uma sexta-feira.
O presidente do PT, José Genoino, não teve nem...
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Falta transparência no uso de cartões de crédito
É duro ser governo.
Hoje você está empenhado em abortar uma CPI criada para apurar roubalheira nos Correios. Amanhã terá de dar um jeito para disfarçar os gastos com o uso de cartões de crédito corporativos.
Contra o voto dos senadores que apóiam o governo, a Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou ontem 36 requerimentos apresentados pelo líder do PSDB, Arthur Virgílio, pedindo informações sobre os gastos com o uso de tais cartões. Deles desfruta a nata da nata do governo - ministros e funcionários do primeiro e segundo escalões.
Da Folha de S. Paulo, hoje:
"A polêmica sobre o uso dos cartões corporativos ocorre porque o Tribunal de Contas da União realizou uma auditoria apontando "falta de transparência" nos gastos feitos no cartão. Isso porque as despesas não ficam discriminadas no sistema de acompanhamento de gastos federais. Consta apenas o pagamento da fatura ao Banco do Brasil.
Além disso, haveria risco de burlar a exigência de licitação para compras públicas, quando o gasto é sup...
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R$ 18.500,00
Fernando Jorge Caldas Pereira (02/06/05 12:29)
Não creio que haja alguém de bom senso que não registre - ao lado dos méritos - os enormes problemas e distorções do Ministério Publico descontrolado e sem limites no qual cada procurador se agrupa como um núcleo partidário e age segundo sua "consciência". Dentre as muitas distorções uma delas é a de que a carreira de procurador é talvez a única onde o sujeito já entra no ponto de chegada.
Claro, ele pode depois se tornar subprocurador ou procurador geral, mas não existem niveis para progressão entre os que são procuradores como existe nas demais categorias do serviço público.
Assim, no campo das atribuições e competências não se faz diferença entre a experiência de quem milita há, digamos, 10 anos no MP ou quem acabou de sair da faculdade e passou num concurso. Cria-se assim o campo fértil e conhecido para as imaturidades, arbitrariedades e incompetências.
Para coroar isso, o Procurador Geral acaba de encaminhar ao Congresso um projeto d...
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Lula's mid-term blues
(02/06/05)
Heading for a slowdown?
In a disappointment for President Luiz Inácio Lula da Silva, new figures showed that Brazil's economic recovery is slowing, with GDP in the first quarter up only 0.3% on the previous quarter.
Brazil
Jun 2nd 2005 | SÃO PAULO
From The Economist print edition
Reuters
Problems familiar to his predecessors are dogging Brazil's left-wing president
SCANDAL, receding popularity and sagging economic growth are not the best preparation for an election. For the moment, at least, Brazil's president, Luiz Inácio Lula da Silva—who hopes to win a second term in office in a vote due in October 2006—is suffering all three. His government is fighting a losing battle to suppress a probe by Congress into corruption allegations. Figures released this week showed that after months of rising interest rates the economy grew a mere 0.3% in the first quarter of 2005, its slowest quarterly rate since 2003. Unsurprisingly, Lula's popularity, though still high, is slip...
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O manifesto dos carteiros
Da Redação
Cerca de 70 funcionários da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) lavaram a entrada da sede da estatal na manhã de ontem, em ato de apoio às denúncias de prática de corrupção na estatal. A "lavagem dos Correios" atraiu a atenção de quem passava pelo Setor Bancário Norte, onde está localizada a sede da empresa.
Animados, os carteiros gritavam "fora corruptos" e pediam a exoneração de todos os membros da diretoria da estatal, inclusive do presidente João Henrique de Almeida Sousa.
Mas o ponto alto do protesto foi quando os trabalhadores começaram a cantar em coro o samba Reunião de Bacana, famoso pelo verso "se gritar pega ladrão/ não fica um, meu irmão". Até os seguranças dos Correios riam sem cerimônia. Alguns chegaram a cantar baixinho o refrão da música.
Correio Braziliense
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How Mark Felt Became 'Deep Throat' By Bob Woodward
As a Friendship -- and the Watergate Story -- Developed, Source's Motives Remained a Mystery to Woodward
By Bob Woodward
Washington Post Staff Writer
Thursday, June 2, 2005; A01
In 1970, when I was serving as a lieutenant in the U.S. Navy and assigned to Adm. Thomas H. Moorer, the chief of naval operations, I sometimes acted as a courier, taking documents to the White House.
One evening I was dispatched with a package to the lower level of the West Wing of the White House, where there was a little waiting area near the Situation Room. It could be a long wait for the right person to come out and sign for the material, sometimes an hour or more, and after I had been waiting for a while a tall man with perfectly combed gray hair came in and sat down near me. His suit was dark, his shirt white and his necktie subdued. He was probably 25 to 30 years older than I and was carrying what looked like a file case or briefcase. He was very distinguished-looking and had a studied air of confidence, th...
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LUÍS NASSIF:E agora, José?
Parem com essa história de que a queda do ritmo de crescimento é uma mera freada de arrumação. Paralisa-se o crescimento por alguns meses, acerta-se a inflação, depois se retoma o crescimento.
1) O primeiro passo para iniciar um círculo de crescimento é um choque de oferta ou de demanda que aumente a circulação de riquezas da economia. Na fase Lula, esse choque veio por meio do mercado externo, com economia mundial aquecida e câmbio desvalorizado. Move-se a primeira peça da engrenagem: o setor exportador.
2) Os trabalhadores do setor aumentam suas compras de bens de consumo, os empresários, as de equipamento. E a riqueza começa a transbordar para setores leves, como alimentos, bens de consumo e equipamentos leves. Adicionalmente, o Ministério da Fazenda produziu um choque de crédito, com o empréstimo em folha.
3) O setor de bens de consumo passa a produzir mais, colocando-se em movimento. É a segunda engrenagem a se mexer. Com a ampliação do exército de consumidores, a riqueza transborda também para o s...
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DEMÉTRIO MAGNOLI:A desconstrução da Europa
"O confronto entre Leste e Ocidente era uma "cola" que nos unia. Agora, alguma outra coisa tem de substituir a força coesiva que emanava da ameaça comum". (Kurt Biedenkopf, governador do Estado alemão da Saxônia, 1993). O projeto europeu deitou raízes no solo geopolítico da Guerra Fria. A aliança franco-alemã era o motor da unificação européia. O temor comum do "expansionismo soviético" era a "cola" que unia França e Alemanha. O grande "non" francês ao tratado constitucional revela a falência desse motor.
Os franceses votaram na nação, contra a Europa. Não há surpresa nisso: ao contrário do que reza a lenda, o projeto europeu nasceu e se consolidou sob o influxo das motivações nacionalistas. O Plano Schuman, de 1950, que integrou a siderurgia franco-alemã na Comunidade Européia do Carvão e do Aço (Ceca), foi o instrumento da França para prender a Alemanha na teia da Europa. O método da fusão de soberanias, que gerou o Mercado Comum, servia ao empreendimento americano de "invenção" de uma Europa Ocidental an...
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clóvis rossi:Jabuticaba podre
SÃO PAULO - Em agosto do ano passado, a ata do Copom (Comitê de Política Monetária, o que decide a taxa de juros) dizia o seguinte: "Mesmo que o cenário inflacionário venha a requerer um ajuste na taxa de juros básica, é importante reiterar que isso não acarretará prejuízos ao processo de crescimento sustentado da economia brasileira".
Bom, nove meses depois de uma sucessão de "ajustes", nasce o rebento dessa afirmação absolutamente contrária ao mais elementar sentido comum: "desaceleração geral" da economia brasileira.
Em qualquer país sério, em qualquer governo minimamente sério, o presidente do Banco Central e todos os diretores que fazem parte do Copom seriam demitidos por justa causa. Ou mentiram, para justificar o injustificável, ou seja, mais aumentos numa taxa de juros já obscenamente alta, ou não têm a mais leve idéia nem sequer do bê-á-bá.
Em qualquer lugar do mundo, até bebê de colo sabe que juro alto é inimigo da atividade econômica, porque, como é óbvio, encarece o custo de um insumo fundam...
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VALDO CRUZ:Risco e ousadia
BRASÍLIA - O crescimento medíocre de 0,3% da economia no primeiro trimestre fez crescer entre os aliados a sensação de que o presidente Lula pode jogar fora sua grande oportunidade de dar uma virada no país.
Lula estaria, na visão desse grupo, acreditando cegamente no discurso dos economistas do seu governo. Qual seja: o país cresce, neste ano, pelo menos 3,5%; no próximo, chegaria perto dos 5% do PIB de novo.
Seria o melhor dos mundos. Crescer forte exatamente no ano eleitoral, o da reeleição do presidente. Lula se tornaria praticamente imbatível.
A turma do BC alega que, se não tivesse adotado o tão criticado caminho atual, de juros elevados, a inflação sairia do controle. Aí, sim, Lula teria sérias dificuldades para ganhar um novo mandato.
Pode dar certo? Sim. Os economistas do BC argumentam que foram criticados em passado recente e os números lhe deram razão. O mesmo se repetiria agora.
Mas pode dar errado. A inflação voltar a subir logo depois de os juros começarem a cair e o real se desvaloriz...
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ATENTADO À LÓGICA
É inoportuno o projeto de lei do deputado Roberto Gouveia (PT-SP), aprovado pela Câmara, que torna os medicamentos para a Aids não-patenteáveis, na mesma categoria do que seja "contrário à moral, aos bons costumes, à segurança, à ordem e à saúde pública".
Não se contesta, é evidente, que a saúde pública deva ter prioridade sobre interesses comercias. Tampouco minimiza-se a gravidade da epidemia de Aids. A questão é que o projeto, ainda à espera da apreciação do Senado, é essencialmente ilógico.
Não faz sentido transformar os medicamentos para a Aids em artigos não-patenteáveis deixando fora dessa categoria todas as drogas destinadas a curar ou controlar outras moléstias. Não há nem mesmo um critério consistente a orientar a decisão, pois a Aids está longe de ser a doença mais mortal ou prevalente do planeta ou do Brasil. Como justificar que fármacos para a síndrome sejam de domínio público, mas não os para a pressão alta, malária e câncer?
Como se não bastasse, o dispositivo é ocioso, pois a Lei de Pate...
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A AÇÃO DE FONTELES- células-tronco
A indiscutível competência técnica do procurador-geral da República, Claudio Fonteles, parece ter sido abalada por suas convicções religiosas. Essa, afinal, é a mais plausível das explicações para a ação direta de inconstitucionalidade (Adin) contra o artigo da Lei de Biossegurança que autoriza a utilização de células-tronco de embriões humanos para pesquisa ou tratamento de doenças que o ilustre jurista propôs ao Supremo Tribunal Federal (STF).
A argumentação de Fonteles tem proveniência católica. Partindo do pressuposto de que a vida começa com a concepção, o procurador-geral sustenta que a permissão para as pesquisas -que, por ora, implicam a destruição do embrião- viola o caput do artigo 5º da Constituição.
O problema está no fato de que a tradição jurídica brasileira não corrobora a tese de que a vida começa com a fertilização do óvulo. A chamada personalidade civil -o que de mais próximo a uma definição de vida o direito tem a oferecer- só surge quando o bebê nasce com vida (artigo 2º do novo Código...
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Idiotas! PAULO NOGUEIRA BATISTA JR.
Na semana passada, soube que saiu o novo álbum da banda Automata, de Salvador. O que vem fazer uma banda de rock numa coluna de economia? Simplesmente o seguinte: uma das músicas do disco foi inspirada em artigo publicado neste espaço em 2002, sob o título "Revisitando o triunfo do idiota". Quando soube, fiquei exultante. Que outro economista, pergunto, pode ostentar algo assim no seu currículo?
Fiquei pensativo, também. Há muito tempo não escrevo sobre o triunfo do idiota. E, no entanto, ele é cada vez mais completo e avassalador. O tema chega a ser perigoso.
Um dos que lançaram essa discussão (talvez tenha sido o primeiro) foi o grande filósofo e ensaísta espanhol Ortega y Gasset, no seu livro "A Rebelião das Massas", de 1930. Anos depois, o nosso Nelson Rodrigues retomou a tese (com mais graça).
O fenômeno é relativamente recente. Os idiotas sempre foram maioria, desde tempos imemoriais. Só que antigamente o idiota era submisso e humilde. Não se aventurava fora de limites estreitos e bem definidos. D...
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Lucia Hippolito:Que o presidente cumpra com seu dever
"De vez em quando, renasce das cinzas esta idéia estapafúrdia de renúncia coletiva do ministério.
Só no governo Lula, já é a segunda vez que alguém propõe que todos os ministros entreguem o cargo, para facilitar uma possível reforma ministerial promovida pelo presidente.
Mas não é privilégio deste governo. No governo Fernando Henrique mesmo houve uma iniciativa parecida. E o resultado foi o seguinte: os ministros do PMDB fizeram cara de paisagem, não pediram demissão coisa nenhuma, e a história da renúncia coletiva morreu rapidinho.
Agora, a desculpa é ajudar o presidente Lula a reformar o ministério sem precisar magoar companheiros. Não dá. Governar é fazer escolhas, e de vez em quando alguém sai magoado, sim senhor.
Mas esta história da renúncia coletiva é profundamente injusta com os ministros competentes e trabalhadores. Uma renúncia deles seria extremamente confortável para os ministros incompetentes, inoperantes ou envolvidos em grossa irregularidade.
Por que um ministro que trabalha tem que p...
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Merval Pereira :Vôo solo
Pode ser até que, ao final, PSDB e PFL caminhem juntos na sucessão presidencial com um candidato único. Mas, por enquanto, ao contrário do que os tucanos apregoam, se depender do candidato oficial do PFL, o prefeito do Rio, Cesar Maia, as chances de isto acontecer são nulas. Ele desfia uma série de mágoas com relação aos tucanos, e garante que o que Lula mais quer é disputar diretamente com um candidato do PSDB: "Aí sim, será franco favorito, pois a memória do segundo governo do FHC é muito ruim".
Maníaco por análises de pesquisas eleitorais, o resultado que o coloca entre 7% e 8% nas intenções de voto não o desanima porque acredita que, neste momento, "as intenções de votos ainda não têm, para o eleitor, o sentido do seu dia-a-dia, precisam ser bem cruzadas para significarem alguma coisa". Para Cesar Maia, as perguntas mais importantes das pesquisas "são as que tratam de avaliações que os eleitores fazem daquilo que podem julgar, pois se trata de seu cotidiano".
Ele avalia que sua candidatura "empl...
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Miriam Leitão:Ajuste na previsão
As próximas semanas vão mostrar uma queda das previsões de crescimento do PIB, porque os analistas estarão ajustando suas expectativas ao que aconteceu no primeiro trimestre. A inflação, em compensação, pode cair nos próximos meses e, assim, melhorar a perspectiva do ano. Se ela cair fortemente, isso pode apressar a decisão do Banco Central de reduzir os juros.
O problema é que há sazonalidade também nos preços e eles costumam subir mais fortemente no segundo semestre. A esperança é de que a elevação dos juros e a queda do dólar, enfim, permitam a redução dos preços. Os juros ocupam espaço tão exagerado no debate brasileiro quanto no esforço fiscal do país. Até agora, a discussão foi sobre o fim do período de aumento das taxas. Em junho, há uma grande chance de que o ciclo de alta seja interrompido. Aí começa uma segunda etapa da interminável discussão sobre o tema: quando eles começarão a cair.
O IPCA de maio deve cair para perto de 0,60%. Em junho, vai cair de novo; para perto de 0,40%. O problema...
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Dora Kramer:Palocci em campo minado
Em tese, o presidente da República acerta quando amplia da economia para a política a área de influência do ministro Antonio Palocci e entrega a ele não só a administração da crise-Correios, mas principalmente a coordenação da agenda do Governo no Legislativo.
Palocci tem o que falta ao chefe da Casa Civil, José Dirceu: moderação, sutileza, boa imagem, serenidade, credibilidade, trânsito na oposição, respeito aos pares, habilidades em sintonia fina e a autoridade moral perdida por Dirceu quando seu braço direito, Waldomiro Diniz, foi flagrado em ato de corrupção explícita.
E aqui a comparação é feita com José Dirceu e não com Aldo Rebelo porque é ao chefe da Casa Civil que são atribuídas qualidades de grande articulador político.
Para Rebelo, sobra apenas a conta da responsabilidade pelos equívocos inspirados na lógica da ação rígida, bem ao gosto de Dirceu.
Mas voltando ao ministro da Fazenda, agora ungido (não oficialmente, mas de fato) ao centro da cena política. À primeira vista,...
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Quanto vale Deep throat
01.06.2005 | A revista The Washingtonian, uma das primeiras a ter blog em tempos recentes, parece ter sido a primeira a acertar a identidade correta do Garganta profunda, em 1974. Lá, pouco após a publicação do livro Todos os homens do presidente, publicou:
Quem tinha o motivo e a oportunidade e o método? Quem odiava o que Nixon estava fazendo consigo? Quem tinha acesso a todo material? Quem tinha os meios para montar um sistema de vazamento?
Era o FBI. A turma das antigas, os caras de Hoover que estavam sendo pressionados e ofendidos e demitidos por Nixon [...] Você quer desmontar a organização que John Edgar Hoover construiu por quatro décadas? Quer que um bando de garotões espertos com suas camisas para fora das calças nos dizer como fazer o trabalho?
Leia as transcrições das conversas presidenciais de 28 de fevereiro e 13 de março e então preste atenção num sujeito como Mark Felt. Um cara leal a Hoover, homem número dois de Pat Gray, tinha todas as razões e acesso para liberar a história sobre Wa...
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as duas mãos
se trabalham em conjunto......
clicar e aguardar
e-agora
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Lucia Hippolito:O povo está atento à corrupção
"Na pesquisa CNT/Sensus divulgada ontem, as informações mais estimulantes dizem respeito à percepção que os brasileiros têm da corrupção.
Quando perguntados sobre os motivos para os cidadãos não sentirem orgulho do Brasil, a campeã das respostas foi a corrupção, superando mesmo a violência e a miséria, que lideravam em pesquisas anteriores.
Assim também quando perguntados sobre a principal causa da violência, o desemprego vem em primeiro lugar, e a corrupção vem em quarto lugar.
Mas quando perguntados sobre o que fazer para resolver o problema da violência, a campeã de respostas foi: "punições mais rigorosas". Ou seja, há uma perfeita compreensão de que a impunidade é prima-irmã da violência e da corrupção.
Outro momento importante é a pergunta sobre a corrupção durante o governo Lula. Enquanto 31% consideram que a corrupção aumentou, 45% acham que ficou como sempre esteve, e apenas 17% dos entrevistados acham que a corrupção diminuiu durante o governo Lula.
Estas percepções são importantes porque ...
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LUÍS NASSIF:Liberalismo à brasileira
Os dados mais explosivos dos últimos dias estão na contabilização dos juros da dívida pública. No último mês, pagaram-se US$ 13 bilhões em juros; o superávit primário ficou em US$ 16,3 bilhões. Não se trata de "economia de gastos", como algumas notícias diziam, mas de postergação de despesas, na forma de piora das estradas, da saúde, da educação, da infra-estrutura de maneira geral, e na queda geral da competitividade.
À luz desses dados, vamos comparar o raciocínio de um economista brasileiro internacional com outro internacionalizado. Em entrevista ao "O Globo" de segunda-feira, o economista José Alexandre Scheinkman -o internacional- dizia não conseguir saber a razão de o BC não avaliar os impactos dos juros sobre a dívida pública.
Se vai afetar de forma definitiva o futuro, se a queda da relação dívida/PIB é fundamental, por que esses dados não são levados em conta na definição da taxa Selic?
Sobre a inflação, diz ele que a "moderna teoria" das metas inflacionárias considera errado incluir no núcleo...
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Charlton Heston e eu por EDUARDO GRAEFF
Esta é uma das melhores que eu conheço do folclore político mineiro (pré-responsabilidade fiscal, claro). As professoras primárias do Estado, com os salários atrasados há meses, protestavam em frente ao Palácio da Liberdade. Lá dentro, o governador recém-empossado reúne o secretariado: "Coisa de louco, sô! Precisamos pagar as professorinhas". O secretário da Fazenda suspira: "Tão cedo não vai dar, governador. Sabe, o seu antecessor deixou um monte de restos a pagar e raspou o cofre". O governador, aflito: "E aí, como é que faz?". Branco total. Até que o secretário da Administração, político tarimbado, deu uma saída: "Bom, governador, já que não é para pagar mesmo, por que o senhor não anuncia um aumento para as coitadas?".
Meu receio não é que a proibição do comércio de armas seja só inócua. É que ela agrave o mal que deveria remediar
O uso que fazemos das leis no Brasil às vezes me lembra essa anedota. No campo penal é recorrente. Toda vez que algum caso mais escabroso aguça a sensação geral de im...
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FERNANDO RODRIGUES:Queda lenta e constante
BRASÍLIA - A popularidade do governo Lula recua lentamente desde dezembro. A aprovação era de 44,5% no final do ano passado. Hoje, está em 39,8%, diz a pesquisa CNT/Sensus divulgada ontem.
A comparação a ser feita é com o governo anterior. No seu primeiro mandato, num levantamento com a mesma metodologia do CNT/Sensus, a administração de FHC teve 42% de aprovação em março de 1997. Em setembro do mesmo ano, havia recuado para 36%.
O percentual de maio de 1997 (quando o tucano tinha dois anos e cinco meses de Palácio do Planalto) não está disponível. Mas é correto inferir que o patamar de "bom" e "ótimo" de FHC regulava com o obtido agora pelo seu sucessor petista.
Hoje há mais informação à mão. Por exemplo, a maioria dos eleitores considera inadequada a condução da economia, o ritmo do desenvolvimento, a atuação política e ações em geral do governo Lula.
Os eleitores continuam a gostar mais de Lula do que de seu governo. A imagem pessoal do presidente (aprovação de 57,4%) é melhor do que a da sua admin...
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CLÓVIS ROSSI:Insulto
SÃO PAULO - O que você pensaria se pagasse de juros POR DIA (sobre seu cartão de crédito, cheque especial, empréstimo bancário, o que fosse) mais do que investe POR ANO para melhorar sua vida? Não é preciso ser PhD por Harvard ou Oxford para desconfiar que alguma coisa está errada na sua contabilidade, na sua maneira de levar a vida, na sua, digamos, política econômica, certo?
Ainda mais que, se você se enquadra no perfil do leitor médio desta Folha, está na classe média, justamente aquela que mais sentiu o baque das duas décadas perdidas da economia tupiniquim. Logo, você PRECISA investir para melhorar de vida, certo? Bom, o governo brasileiro está na situação acima relatada: gasta por dia, de juros, mais do que investe em um país afogado em necessidades primárias.
O que choca não é só o fato em si, já de deixar qualquer um estupefato (há muito tempo não usava essa palavra; espero que o Cony aprove). É justamente não haver um estado de estupor coletivo, uma gritaria contra uma situação que supera os limi...
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Zuenir Ventura: Tão bela e tão suja
Por mais louvável que seja, e é, essa operação iniciada no fim de semana para tentar pôr ordem na orla carioca, retirando mendigos e controlando o comércio informal, não vai conseguir resolver o problema que mais incomoda os turistas daqui e de fora ouvidos em pesquisas de opinião: a falta de limpeza das ruas e calçadas. A cidade maravilhosa, uma das mais bonitas do mundo, é também das mais sujas, apesar de um eficiente serviço de coleta de lixo. E por essa mazela não se deve responsabilizar o poder público, mas a sociedade, e nem sempre sua parcela mais pobre.
Se de fato a Comlurb é uma das instituições mais simpáticas e que melhor funcionam, como se explica o paradoxo? Por que o aparato de que dispõe a cidade como nenhuma outra proporcionalmente — 50 mil lixeiras e nove mil garis — não dá conta da sujeira que produzimos diariamente? Por que o lixo jogado no chão representa 40% do total do município, enquanto em outras grandes cidades do Primeiro Mundo não passa de 5%?
A resposta é simples: ap...
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Wednesday, June 08, 2005
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