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Tuesday, May 03, 2005

PSDB acusa Lula de mentir. Ou de ser mal assessorado

"Lula mentiu. E mentiu duas vezes: na primeira entrevista coletiva como presidente, na última sexta-feira, e no pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão, no sábado, 1º de maio. Vejamos o que disse Lula sobre a geração de empregos em seu governo e no período Fernando Henrique:
* A mentira – "Nos oito anos do governo anterior, a média de emprego gerada por mês era de apenas oito mil empregos. Nos nossos dois anos, a média de emprego gerada, com carteira profissional assinada, é de 91 mil empregos – onze vezes mais empregos gerados a cada mês do que nos oito anos do governo anterior."
* Delírio puro – Ninguém sabe de onde Lula tirou esses dados. Todo mundo sabe de onde ele não tirou. Os números que Lula citou não saíram das planilhas oficiais.
O governo federal tem duas estruturas principais de coleta e sistematização de informações sobre emprego: o Ministério do Trabalho e o IBGE.
O Ministério do Trabalho tem dois instrumentos: o CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), um levantamento mensal, e a RAIS (Relação Anual de Informações Sociais), que é anual.
O CAGED e a RAIS usam a mesma metodologia e consideram, apenas, os empregos formais. O IBGE se vale, principalmente, da PNAD (Pesquisa Nacional de Amostra Domiciliar), que capta a geração de empregos formais e informais.
* A verdade, segundo o IBGE – De acordo com a PNAD, no período de 1994/2002 ao qual se referiu Lula, foram gerados 11.609.865 empregos, formais e informais. Isso mesmo: mais de onze milhões de empregos! Dá uma média mensal de 120.936 novos empregos, de 1994 a 2002, entre formais e informais.
* A verdade, segundo o Ministério do Trabalho – De acordo com a RAIS, que só considera os empregos formais criados, no mesmo período foram gerados 5.616.622 empregos. Isso mesmo: mais de cinco milhões de empregos com carteira assinada. A média mensal, portanto, nos oito anos do governo FHC, foi de 58.506 empregos formais. E não de apenas oito mil, como disse Lula.
* Ninguém sabe, ninguém viu – De onde Lula tirou a informação estapafúrdia de que, nos oito anos do governo tucano, a média mensal de empregos formais gerados foi de apenas oito mil?
De onde ele tirou que o governo dele está gerando onze vezes mais empregos formais em média, por mês, do que o de FHC? Ou seja, o governo Lula estaria gerando por mês, em média, quase o mesmo número de empregos formais que o governo FHC teria gerado por ano!
* Ruim de matemática – Se a afirmação destrambelhada de Lula fosse verdadeira, o total de empregos formais gerados em oito anos de FHC teria sido de apenas 768 mil – ou 96 mil empregos formais por ano, em média.
Ora, o próprio Ministério do Trabalho informa que foram criados 5,6 milhões de empregos com carteira assinada no período FHC. Apenas no ano de 2000, foi registrada a geração de 1,2 milhão de empregos formais no mercado de trabalho, segundo Marcelo Néri, chefe do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas. (Folha de S. Paulo, 1º/05/05)
Em um único ano, portanto, foram criados muito mais empregos do que a conta maluca de Lula diz terem sido gerados em oito anos!
* De duas, uma – Ou Lula mentiu, descaradamente, tanto na entrevista coletiva quanto no pronunciamento oficial de primeiro de maio, na crença de que uma mentira repetida se torna verdade. Ou a equipe que preparou as fichas de leitura para ele copiou errado os dados do Ministério do Trabalho. E, em vez de 58 mil empregos mensais em média, no governo FHC, não viu o 5 antes do 8 e tascou oito mil...
* Salário mínimo de FHC foi muito melhor – Esta informação Lula escondeu. O aumento real que Lula deu para o salário mínimo, até agora, é de 11,8% - média anual de reajustes de apenas 3,6%.
De 1995 a 2002, na mesma base de comparação, Fernando Henrique aumentou o salário mínimo em 44,5% acima da inflação – média anual de 4,7%. (Folha de S. Paulo, 02/05/05).
Caso se confirmem as previsões de inflação e de aumento do mínimo para 2006, Lula terá dado, em quatro anos de governo, apenas 17% de aumento acima da inflação. É pouco para quem prometeu, na campanha eleitoral, dobrar o valor real do salário mínimo."

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