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Saturday, April 09, 2005

ELIO GASPARI:O poder do monsenhor do Papa













Um
conhecedor da política do Vaticano sugere:O rumo do próximo pontificado
poderá ser percebido pelo destino que será dado ao bispo Stanislaw
Dziwisz, guardião do acesso e da atenção de João Paulo II. Monsenhor
Dziwisz trabalhou com Karol Wojtyla desde 1966. Foi nos seus braços que
o Papa caiu depois de ser baleado na Praça de São Pedro, em 1981, e foi
diante dele que morreu, num cenário onde não havia um único religioso
italiano. Dziwisz teria ouvido as últimas palavras do Papa agonizante.
(Segundo alguns cardeais, João Paulo II não falava desde a véspera.) O
monsenhor polonês foi um dos poderes do Vaticano e tudo indica que
sairia cardeal no próximo consistório, engavetado pela morte do
pontífice.




Guardadas as proporções, nos últimos tempos Dziwisz teve
dois precurssores. Um foi o monsenhor Paul Marcinkus, o padre americano
que tinha a confiança de Paulo VI (1963-1978). Chegava a funcionar como
seu guarda-costas e atracou-se com um boliviano maluco que tentou
esfaqueá-lo nas Filipinas, em 1970. João Paulo II prestigiou-o,
mantendo-o na direção do banco do Vaticano.




Marcinkus repassou US$ 32 milhões ao movimento
democrático polonês Solidariedade liderado por Lech Walesa, aquele que
Lula chamou de “pelegão” no documentário “Entreatos”.




O banqueiro do Papa naufragou num escândalo onde
misturaram-se máfia, maçonaria, desfalques e mortes. Marcinkus
renunciou em 1990 e vive (calado) no Arizona. Sua alma impregnou o
Vaticano da última versão do “Poderoso Chefão” e todas as lendas do
assassinato de João Paulo I.




Antes de Marcinkus, o Vaticano teve a poderosa madre
Pasqualina, guardiã de Pio XII (1939-1958). Era uma freira alemã e
acompanhou o cardeal Pacelli desde o tempo em que ele era núncio em
Berlim. Foi sua governanta e secretária, Era ela quem protegia o Papa
dos germes (com desinfetantes) e dos indesejados (fechando a porta).
Como Pacelli viveu os últimos anos do seu pontificado entre doenças,
visões e isolamento, madre Pasqualina ganhou o apelido de “Papisa”. Foi
dispensada por João XXIII, o novo papa.




Dziwisz está muito mais para Pasqualina do que para Marcinkus.


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