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Thursday, September 21, 2006
Friday, September 15, 2006
Como o PSDB tinha o diagnóstico correto e o ignorou Por Reinaldo Azevedo
Um documento 1 – Como o PSDB tinha o diagnóstico correto e o ignorou
Inverti, no bloco de notas que segue, a ordem natural de um blog. Está, que é a primeira nota de uma série, está sendo postada por último. Huuummm. Sigam a ordem numérica, não temporal. Vamos lá:
Os cadernos de economia dos jornais têm com o que divertir e instruir os leitores caso se interessem pelo que vai abaixo. Talvez os de política também. Há coisa de cinco meses, um documento chegou às mãos do candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin. Outros tucanos também tiveram acesso ao texto. Intitulado "A Força de Lula", o economista Luiz Carlos Mendonça de Barros fazia o mais frio, técnico e preciso diagnóstico das condições da economia brasileira, com especial ênfase num quesito que costuma ser muito importante quando o eleitor vai às urnas: salário e poder de compra.
Numa primeira mirada, pode-se pensar que se estava ali afirmando: "É impossível vencer Lula". Não! Estava apenas identificando a força do adversário. Quem quer que se deixasse instruir por aquele texto teria em mãos um fantástico arsenal para fazer uma campanha eleitoral competente. Até onde posso perceber, creio que se deu de ombros. Com os resultados conhecidos. Ao mesmo tempo em que apontava a força conjuntural de Lula, Mendonça de Barros identificava a sua fragilidade estrutural.
Ao apontar oito itens da relação do Brasil com o mundo, notava-se: "Podemos dizer que o governo Lula está gastando o espaço aberto pela melhoria externa em consumo, ao invés de usá-lo para construir as condições para elevar de forma permanente o crescimento da economia brasileira. A gastança não ocorre apenas em função da expansão dos gastos públicos, mas também pela configuração da política econômica: juros altos e carga tributária elevada impedem o aumento sustentado do investimento e dificultam a elevação do produto potencial da economia. Quando o vento externo virar (e um dia ele vai virar) o Brasil descobrirá que não construiu as condições para um futuro melhor." Vou detalhar o documento nas notas abaixo. Para ler a íntegra, clique aqui.
Só uma observação. Fernando Henrique Cardoso, o ex-presidente que chacoalhou o PSDB com uma carta, recomendou ao partido e ao comando da campanha de Alckmin que o documento servisse de informação essencial para a disputa com Lula. Terá sido ouvido? Acho que não.
Os cadernos de economia dos jornais têm com o que divertir e instruir os leitores caso se interessem pelo que vai abaixo. Talvez os de política também. Há coisa de cinco meses, um documento chegou às mãos do candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin. Outros tucanos também tiveram acesso ao texto. Intitulado "A Força de Lula", o economista Luiz Carlos Mendonça de Barros fazia o mais frio, técnico e preciso diagnóstico das condições da economia brasileira, com especial ênfase num quesito que costuma ser muito importante quando o eleitor vai às urnas: salário e poder de compra.
Numa primeira mirada, pode-se pensar que se estava ali afirmando: "É impossível vencer Lula". Não! Estava apenas identificando a força do adversário. Quem quer que se deixasse instruir por aquele texto teria em mãos um fantástico arsenal para fazer uma campanha eleitoral competente. Até onde posso perceber, creio que se deu de ombros. Com os resultados conhecidos. Ao mesmo tempo em que apontava a força conjuntural de Lula, Mendonça de Barros identificava a sua fragilidade estrutural.
Ao apontar oito itens da relação do Brasil com o mundo, notava-se: "Podemos dizer que o governo Lula está gastando o espaço aberto pela melhoria externa em consumo, ao invés de usá-lo para construir as condições para elevar de forma permanente o crescimento da economia brasileira. A gastança não ocorre apenas em função da expansão dos gastos públicos, mas também pela configuração da política econômica: juros altos e carga tributária elevada impedem o aumento sustentado do investimento e dificultam a elevação do produto potencial da economia. Quando o vento externo virar (e um dia ele vai virar) o Brasil descobrirá que não construiu as condições para um futuro melhor." Vou detalhar o documento nas notas abaixo. Para ler a íntegra, clique aqui.
Só uma observação. Fernando Henrique Cardoso, o ex-presidente que chacoalhou o PSDB com uma carta, recomendou ao partido e ao comando da campanha de Alckmin que o documento servisse de informação essencial para a disputa com Lula. Terá sido ouvido? Acho que não.
Por Reinaldo Azevedo | email | 05:13 | 39 comments
Um documento 2 - O Brasil e o mundo em 8 itens
"1) Entre 2003 e 2006 o mundo teve seu melhor desempenho econômico em décadas e, mesmo depois de 4 anos de expansão vigorosa, a economia mundial ainda não dá sinais de desaceleração. Há alguns dias o FMI reviu a projeção de crescimento econômico mundial de 2006 para 4,9%.
2) O mesmo ocorre com o comércio mundial, que continua crescendo a taxas de dois dígitos no mesmo período em função da acelerada incorporação de grandes países emergentes na economia mundial: Índia e China sozinhas têm o potencial de dobrar (sim, dobrar) a força de trabalho integrada na economia mundial nos próximos anos.
3) Como resultado das forças acima, o mundo travessa um ciclo secular de preços de commodities elevados, principalmente nas matérias primas industriais. Há quem compare o momento atual às décadas finais do século 19, que assistiu à incorporação dos EUA e da Europa Central na economia mundial. Este movimento tem natureza estrutural. O mesmo não ocorre com muitas commodities agrícolas, que tem tido redução de preços nos últimos 2 anos (soja e milho, por exemplo).
4) O elevado crescimento de produtividade nas novas regiões manufatureiras tem mantido a inflação de bens (e crescentemente a de serviços) em níveis muito baixos, permitindo a manutenção de políticas monetárias expansionistas nos países centrais. O movimento atual de aumento de juros nos EUA, Europa e Japão tem sido gradual e não há disposição destes Bancos Centrais em passar para o lado contracionista: o que se está fazendo é apenas caminhar lentamente para a neutralidade.
5) Como resultado de tudo isso, no Brasil, temos o seguinte (muito resumidamente): os preços de commodities elevados permitiram a emergência de maciços superávits comerciais, que praticamente eliminaram a restrição externa da economia brasileira, movimento que levou a uma significativa apreciação da taxa de câmbio. Com isso, os riscos associados ao balanço de pagamentos para a política monetária passaram a ser muito menores, permitindo um processo relativamente seguro de convergência da taxa de juros para níveis menores. Hoje estamos com juros reais próximos a 10% e muito provavelmente o Brasil trabalhará com juros reais entre 8% e 9% ao ano em breve.
6) A conjunção de fatores acima permitiu ao governo inaugurar uma nova era de leniência fiscal e expansão desenfreada dos gastos públicos, financiados por aumento de impostos de modo a manter a impressão de austeridade. A economia brasileira está lentamente se recuperando, apesar das limitações estruturais impostas pela excessiva carga tributária. Mas é importante não perder de vista: o mundo está crescendo 5% ao ano, ao passo a média de crescimento do Brasil entre 2003 e 2006 se manteve próxima a 3%.
7) Podemos dizer que o governo Lula está gastando o espaço aberto pela melhoria externa em consumo, ao invés de usá-lo para construir as condições para elevar de forma permanente o crescimento da economia brasileira. A gastança não ocorre apenas em função da expansão dos gastos públicos, mas também pela configuração da política econômica: juros altos e carga tributária elevada impedem o aumento sustentado do investimento e dificultam a elevação do produto potencial da economia. Quando o vento externo virar (e um dia ele vai virar) o Brasil descobrirá que não construiu as condições para um futuro melhor.
8) Mas a tragédia é que isso não é visível para uma parcela grande da população, inebriada que está pelo aumento das transferências públicas e pelos dos efeitos favoráveis do câmbio valorizado em itens importantes da cesta de consumo. Além disso, outros fatores pontuais têm elevado o poder de compra dos salários: gripe aviária fez despencar o preço do frango e a carne também está muito barata em relação a padrões históricos."
2) O mesmo ocorre com o comércio mundial, que continua crescendo a taxas de dois dígitos no mesmo período em função da acelerada incorporação de grandes países emergentes na economia mundial: Índia e China sozinhas têm o potencial de dobrar (sim, dobrar) a força de trabalho integrada na economia mundial nos próximos anos.
3) Como resultado das forças acima, o mundo travessa um ciclo secular de preços de commodities elevados, principalmente nas matérias primas industriais. Há quem compare o momento atual às décadas finais do século 19, que assistiu à incorporação dos EUA e da Europa Central na economia mundial. Este movimento tem natureza estrutural. O mesmo não ocorre com muitas commodities agrícolas, que tem tido redução de preços nos últimos 2 anos (soja e milho, por exemplo).
4) O elevado crescimento de produtividade nas novas regiões manufatureiras tem mantido a inflação de bens (e crescentemente a de serviços) em níveis muito baixos, permitindo a manutenção de políticas monetárias expansionistas nos países centrais. O movimento atual de aumento de juros nos EUA, Europa e Japão tem sido gradual e não há disposição destes Bancos Centrais em passar para o lado contracionista: o que se está fazendo é apenas caminhar lentamente para a neutralidade.
5) Como resultado de tudo isso, no Brasil, temos o seguinte (muito resumidamente): os preços de commodities elevados permitiram a emergência de maciços superávits comerciais, que praticamente eliminaram a restrição externa da economia brasileira, movimento que levou a uma significativa apreciação da taxa de câmbio. Com isso, os riscos associados ao balanço de pagamentos para a política monetária passaram a ser muito menores, permitindo um processo relativamente seguro de convergência da taxa de juros para níveis menores. Hoje estamos com juros reais próximos a 10% e muito provavelmente o Brasil trabalhará com juros reais entre 8% e 9% ao ano em breve.
6) A conjunção de fatores acima permitiu ao governo inaugurar uma nova era de leniência fiscal e expansão desenfreada dos gastos públicos, financiados por aumento de impostos de modo a manter a impressão de austeridade. A economia brasileira está lentamente se recuperando, apesar das limitações estruturais impostas pela excessiva carga tributária. Mas é importante não perder de vista: o mundo está crescendo 5% ao ano, ao passo a média de crescimento do Brasil entre 2003 e 2006 se manteve próxima a 3%.
7) Podemos dizer que o governo Lula está gastando o espaço aberto pela melhoria externa em consumo, ao invés de usá-lo para construir as condições para elevar de forma permanente o crescimento da economia brasileira. A gastança não ocorre apenas em função da expansão dos gastos públicos, mas também pela configuração da política econômica: juros altos e carga tributária elevada impedem o aumento sustentado do investimento e dificultam a elevação do produto potencial da economia. Quando o vento externo virar (e um dia ele vai virar) o Brasil descobrirá que não construiu as condições para um futuro melhor.
8) Mas a tragédia é que isso não é visível para uma parcela grande da população, inebriada que está pelo aumento das transferências públicas e pelos dos efeitos favoráveis do câmbio valorizado em itens importantes da cesta de consumo. Além disso, outros fatores pontuais têm elevado o poder de compra dos salários: gripe aviária fez despencar o preço do frango e a carne também está muito barata em relação a padrões históricos."
Por Reinaldo Azevedo | email | 05:11 | 13 comments
Um documento 3 – salários, cesta básica e Nordeste
Notava o documento de Mendonça de Barros: "O aumento real do salário mínimo e a queda dos preços dos alimentos têm permitido forte crescimento do poder de compra da população mais pobre. Note-se que o aumento da inclinação da curva do poder de compra do salário mínimo (em número de cestas básicas) ocorre a partir de 2005, exatamente quando os alimentos passam a ter deflação. Esta deflação persiste até agora (13% acumulada em 12 meses até março de 2006 no IPA agrícola). Apenas em 2006, o aumento real do mínimo passará a pesar para a melhoria do poder de compra." Sobre o Nordeste, dizia o documento: "Os dados do IBGE mostram forte expansão das vendas regiões mais pobres: no N/NE o comércio cresce 15% ao ano desde meados de 2005, exatamente o momento do início da deflação dos alimentos, coincidindo também com a ampliação do bolsa família nesta regiões. Nesta região não é descabido dizer que a sensação é de crescimento chinês. Note-se ainda o desempenho tímido no Sudeste, região menos atingida por estes programas. Na região Sul há um verdadeiro desastre: queda de 1% nas vendas. Não é surpresa, pois os estados do Sul são duplamente penalizados: a queda dos preços agrícolas e a apreciação cambial atingem especialmente esta região. O mesmo padrão se repete nos dados de rendimento e massa salarial. A pesquisa de emprego do IBGE investiga apenas 6 regiões metropolitanas, mas mesmo assim há evidências no mesmo sentido: enquanto a massa salarial real (rendimento real + aumento de emprego) cresce 5% ao ano no Sudeste, no Nordeste há aumento de 8%. Note-se que as curvas também passam a divergir em meados de 2005." O texto está ricamente ilustrado por gráficos. Pois bem, dados esses números, vejam na nota seguinte o que apontou a pesquisa Datafolha
Por Reinaldo Azevedo | email | 05:09 | 2 comments
Um documento 4 – Cruzando com o Datafolha
Vejam os números da última pesquisa Datafolha no cruzamento por renda e região
Números de Lula e a renda
Até 2 SM – 59%
De 2 a 5 – 45%
De 5 a 10 – 36%
Mais de 10 – 25%
Números de Alckmin e a renda
Até 2 SM – 21%
De 2 a 5 SM – 32%
De 5 a 10 – 39%
Mais de 10 – 52%
Perceberam que são números rigorosamente invertidos e compatíveis com o aumento de poder de compra apontado nas notas acima? Há um dado importante: só 5% recebem no Brasil acima de 10 mínimos. Recebem até 5 mínimos 75% dos eleitores. E em quais regiões estão concentrados os mais baixos salários do país? Acertou quem respondeu Nordeste e Norte. Esta última tem baixa densidade eleitoral. Não é o caso do Nordeste, onde a diferença entre o petista e o tucano é abismal.
Nordeste
Lula: 70%; Alckmin: 15%
Norte/Centro-Oeste
Lula: 53%; Alckmin: 30%
Sudeste
Lula: 42%; Alckmin: 35%
Sul
Lula 35%; Alckmin: 34%
Números de Lula e a renda
Até 2 SM – 59%
De 2 a 5 – 45%
De 5 a 10 – 36%
Mais de 10 – 25%
Números de Alckmin e a renda
Até 2 SM – 21%
De 2 a 5 SM – 32%
De 5 a 10 – 39%
Mais de 10 – 52%
Perceberam que são números rigorosamente invertidos e compatíveis com o aumento de poder de compra apontado nas notas acima? Há um dado importante: só 5% recebem no Brasil acima de 10 mínimos. Recebem até 5 mínimos 75% dos eleitores. E em quais regiões estão concentrados os mais baixos salários do país? Acertou quem respondeu Nordeste e Norte. Esta última tem baixa densidade eleitoral. Não é o caso do Nordeste, onde a diferença entre o petista e o tucano é abismal.
Nordeste
Lula: 70%; Alckmin: 15%
Norte/Centro-Oeste
Lula: 53%; Alckmin: 30%
Sudeste
Lula: 42%; Alckmin: 35%
Sul
Lula 35%; Alckmin: 34%
Por Reinaldo Azevedo | email | 05:07 | 3 comments
Um documento 5 – Comércio no Nordeste cresce 15%; no Sul, cai 1%
Leiam a íntegra do documento. Lá vocês encontram, por exemplo, um gráfico que deflaciona o salário mínimo segundo três medidas: cesta básica, INPC e câmbio. O ganho é impressionante. Os mecanismos de transferência de renda fizeram com que o comércio no Nordeste crescesse, na taxa anualizada, nada menos de 15% (5% no Brasil como um todo). Na Região Sul, por exemplo, houve queda de 1%.
Por Reinaldo Azevedo | email | 05:05 | 1 comments
Um documento 6 – Uma crônica de erros
Bem, chegou a hora de alguma conclusão. Os dados que Mendonça de Barros consolidou não eram, suponho, ignorados pelo PSDB. Pelo PT, com certeza, não. O conjunto de números demonstra que Lula é imbatível? Não. Prova por que ele é muito forte no Nordeste e nos setores de mais baixa renda. Como o próprio texto de Mendonça de Barros adverte, isso é sustentável? Não. Mas como prová-lo na urna? O fato é que os mais pobres, que não são economistas, tinham e têm razões, digamos, objetivas para ser "conservadores". Para mudar, têm de ser convencidos. Com quais armas? Essa era a pergunta desde sempre.
- Alckmin disse ontem na TV Gazeta que a primeira fase de sua campanha buscava torná-lo conhecido, já que nunca havia feito campanha fora de São Paulo. Campanha para deixar de ser desconhecido quando o conhecido tem esses números?;
- Sabedores de que a realidade era hostil à mudança para uma larga maioria, era preciso escolher um caminho: errou quem apostou em concorrer com Lula no obreirismo. a) eleitor não vota em obra; b) eleitor tem uma vida que tem de ser levada em consideração;
- Então não tinha jeito? Embora difícil, a escolha parece, obviamente, ter sido a errada. Como é que um "desconhecido" iria oferecer uma perspectiva mais apreciável do que um "conhecido" identificado com o aumento do poder de compra?
- Ainda assim, escolhido Alckmin, o confronto, desde sempre, tinha de se dar no campo ético. Se era impossível vencer a guerra no Nordeste ou entre os mais pobres, a situação, nas outras regiões, haveria de compensar largamente a eventual derrota nesses nichos;
- A campanha, no entanto, tardou a pegar no breu.
O que se faz acima é uma espécie de genealogia de por que as coisas são assim. Quando eu insistia para Alckmin ouvir a recomendação do Ditão, de Pinda — "Bate nele, doutor" —, é porque sabia que Lula tinha um trunfo. E ele também não ignorava isso. Ora, a economia estava a favor de Lula e por isso não adiantava bater? Mas era justamente o contrário. Por isso mesmo, era necessário bater: ganhar o Sul-Sudeste de forma avassaladora e os formadores de opinião. Ok, o jogo ainda não acabou. Mas o juiz já olhou no cronômetro e caminha para o centro do campo.
- Alckmin disse ontem na TV Gazeta que a primeira fase de sua campanha buscava torná-lo conhecido, já que nunca havia feito campanha fora de São Paulo. Campanha para deixar de ser desconhecido quando o conhecido tem esses números?;
- Sabedores de que a realidade era hostil à mudança para uma larga maioria, era preciso escolher um caminho: errou quem apostou em concorrer com Lula no obreirismo. a) eleitor não vota em obra; b) eleitor tem uma vida que tem de ser levada em consideração;
- Então não tinha jeito? Embora difícil, a escolha parece, obviamente, ter sido a errada. Como é que um "desconhecido" iria oferecer uma perspectiva mais apreciável do que um "conhecido" identificado com o aumento do poder de compra?
- Ainda assim, escolhido Alckmin, o confronto, desde sempre, tinha de se dar no campo ético. Se era impossível vencer a guerra no Nordeste ou entre os mais pobres, a situação, nas outras regiões, haveria de compensar largamente a eventual derrota nesses nichos;
- A campanha, no entanto, tardou a pegar no breu.
O que se faz acima é uma espécie de genealogia de por que as coisas são assim. Quando eu insistia para Alckmin ouvir a recomendação do Ditão, de Pinda — "Bate nele, doutor" —, é porque sabia que Lula tinha um trunfo. E ele também não ignorava isso. Ora, a economia estava a favor de Lula e por isso não adiantava bater? Mas era justamente o contrário. Por isso mesmo, era necessário bater: ganhar o Sul-Sudeste de forma avassaladora e os formadores de opinião. Ok, o jogo ainda não acabou. Mas o juiz já olhou no cronômetro e caminha para o centro do campo.
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